sexta-feira, 13 de julho de 2012

50 dias...

...contemplados de greve nas universidades federais.

Isso soa irreal no blog em que você está lendo, sim.

Na universidade onde estudo está em greve. Seis cadeiras paradas no começo de segundo bimestre, apenas uma cadeira está concluída. Férias antecipadas, com certeza. Mas continuo trabalhando como bolsista para me sustentar, às vezes o custo da vida saí bem caro do que viver em capital ultimamente, mesmo estando morando sob benefício garantido: residência, refeições e direitos garantidos para um estudante. Já que os servidores públicos resolveram dar uma força aos professores, também aderiram na greve. Resultou a paralisação da biblioteca e restaurante universitário, começam os dias de fome intenso que me forçaram a criar mais furos nos cintos, nada mal.

Já que o incômodo me atrapalha: inúmeras mensagens da mãe que ficou sabendo da greve, mesmo sabendo que não tenho alimentando suficiente e gastado dinheiro da bolsa por necessidades superficiais como cigarros que tenho consumido mais do que devia. E pediu que eu voltasse mais rápido possível, mesmo sabendo que estou enrolando para manter uma distância que separa a  "nossa" cordão umbilical.

- Está mais magro ultimamente. Ainda mais teus dentes estão cada vez mais amarelos, pelo amor de deus!
- Dá pra parar um pouco? Vou voltar lá para não escutar tuas reclamações, ponto final.

Sempre termina em volta para minha residência provisória depois das visitas na casa dos pais na minha cidade natal.

Ultimamente, meu estômago não aceita mais leite nem derivados. Intolerância à lactose, bonito resultado que a gastrite me deixou desde final de ano passado. Consumo de lacticínios caiu drasticamente, mesmo tendo compulsões nada convencionais como ataques nas pizzarias e padarias às escondidas que me obrigam a ir no banheiro livrar o que não foi aceito no meu corpo. Diarreia intensa, enjoo, suor excessivo, irritação e mudanças de humor que a intolerância me causa.
Já que consigo vomitar sem enfiar mãos na garganta, sem dificuldade nenhuma. 

- Com licença, vou demorar um pouco no banheiro. - falei, depois de atacar geladeira sob efeitos de maconha.
- De novo? Você não engordou nem uma grama depois das inúmeras laricas, tem vomitado ultimamente? - disse uma amiga próxima, chapada.

Um bulímico maconheiro, que toma clonazepam e fluoxetina em dobro todo dia. 

Autodestruição em modo ativado novamente... até ser interrompido por alguém, de família até amigo próximo. Isso não vai durar por muito tempo, quem sabe.



domingo, 1 de julho de 2012

"Todo recomeço...

...é dolorido e envolve muito sofrimento... Mas se realmente se faz necessario, não adianta lamentar... É preciso ir em frente!"

Acordou cedo, olhou nos lados e estava sozinho na cama. Sua cabeça doí, tinha exagerado a dose de vinho na noite anterior.

A bulimia retornou, ainda de forma intensiva. Mesmo não sabendo do peso atual, só prefere evitar balanças.

Ainda deitado na cama, tirou um cigarro do maço Marlboro Light e ficou tragando enquanto lembra da última relação sexual que tinha feito faz pouco tempo. Um abraço quente, forte e confortável. Cheiro de Áurum e hálito de cerveja nas costas. A posição lembra muito do último relacionamento que teve. Vergonha na cara, por sinal. Um pedido de discrição total. Uma despedida irreal e confusa.

E tinha voltado a tomar fluoxetina e clonazepam faz um mês. Mas não dão efeito imediato. Malditos genéricos!

Nunca se sabe o que acontecerá, só o sentimento da necessidade ainda está presente no seu corpo. Necessidade de recomeçar.