“Pedi pra mãe – me interna, tô infeliz pra caralho.”
Caio Fernando Abreu
Pensou que ia descansar bem durante as férias de inverno e descobre que está enganado. Teve que reaviver a vida conflituosa com os pais e as tias. Tentou manter feliz e descontraído, mas não conseguia apesar de efeito da fluoxetina que o deixou melancólico demais. Tentou divertir nas festas para beber horrores e no final sempre encontrava arrasado, cansado, mal-humorado e triste demais para acordar no dia seguinte. Essa turbilhão durou umas quatro semanas, e estava ansioso para voltar no lar onde se sente bem sozinho longe dos parentes.
Enfrentou quatro exames e passou. Mas não ficou satisfeito com as notas obtidas, só que teve uma disciplina com a nota bem perto de dez. Então, ficou aliviado por ser apto para estudar no segundo semestre.
O início do segundo semestre foi o mais estranho para ele: não cumprimentou seus colegas na sala de aula e sempre chega atrasado nas aulas, sem vontade nenhuma para realizar, mesmo que o conteúdo deste segundo semestre é mais legal do que semestre anterior.
Seus amigos o convidaram para as baladas, pois perceberam que eu estava entediado demais para ficar no quarto que cheira de cigarro com as roupas sujas espalhadas no chão. Então ele aceitou convite deles. Na última vez que ele foi, estava enjoado e com dor de cabeça, pois tinha tomado muita bebida alcoólica mais do que devia no dia anterior e vomitou muito. De repente, um homem de boné cabisbaixo o olhou dançando e foi a aproximar dizendo que está lindo demais para ficar dançando assim. Ficou tão vermelho e queria dar fora, mas resolveu levar o homem para seu quarto.
Daí foi a madrugada mais nojenta que ele recebeu e pensou em suicídio. Se encontra perdido na cama, tinha comendo muito na hora errada, tomou rivotril e está esperando a escuridão o preencher.