quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Último post de 2009

A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal.
Machado de Assis


O final do ano é um momento que eu não queria imaginar, mas sinto algo estranho, nem sei como descrever essa sensação. Bem, tenho passado nas cenas nada boas e sentido tão indiferente mais do que devia.
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Tive umas noites mal dormidas, pesadelos constantes, sonhos bizarros, discussões, fúria, pensamentos negativos e, enfim, compulsões naquele maldito dezembro.
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Eis os sonhos:
- Eu estava na sala de aula do curso com a turma, esperando a professora chegar. Me surpreendi vendo a professora chegou acompanhado de Jeremy Gillitzer, um homem anoréxico. A professora começou a falar e mostrando as partes do corpo de J. Gillitzer. E os colegas gritaram e gesticularam em coro sem parar: anorexia. E olharam para mim.
Fiquei tão mal vendo essa cena até chorei.
- Estava entrando na cozinha da casa dos pais, vi uma mesa farta de comida ao redor de familiares e amigos. Comecei a comer todo o que sobrou na mesa. Depois fui vomitar na pia de cozinha diante do pessoal até meu pai cutucar meu ombro com muita força.
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Em algum dia, fui na festa da formatura da amiga no interior onde eu nasci. A amiga, que mora em capital estava na festa, falou que amigos da capital ficaram preocupados comigo por causa de magreza extrema e pediu que eu alimente bem e faça exercícios. Só mexi a cabeça positivamente várias vezes e olhei nos vários espelhos que existem naquele salão da festa. Um gordo.
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Meus colegas ficavam comentando que eu tenho andando mal-humorado e triste durante aulas do curso. Eu só respondo que foi apenas uma tristeza e nada de mais.
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Na ocasião de amigo secreto, minha amiga tirou umas fotos sobre mim. Fui ver e fiquei surpreso que estou muito magro demais nas fotos. E a amiga percebeu nessa e olhou-me séria.
Até sinto um gordo nos dias e magro outro dias. Minha cabeça está ficando cada vez mais agitada e confusa. Quando sinto a necessidade de comer algo, como e depois sinto repulsa. Repulsa todo dia! Até causou vários surtos de ansiedade e depressão por isso. E meu peso varia entre 49 e 52 quilos. Certa vez, resultou 50kg há pouco tempo.
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Na casa dos pais, eu estava reclamando de dor de cabeça intensa por causa de calor intenso, a mãe falou que vomitei de desjejum, daí causou a dor de cabeça. Eu fiquei furioso e falei que comi desjejum e nem vomitei nada. Ela não acreditou.
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Antes de natal chegar, ajudei preparar uma ceia com as tias. Quando passou a missa de galo na TV, a mais velha falou que vai matar galo no dia seguinte para mim. Eu falei, com tom de humor negro, que deve matar um humano ao invés de galo. Ela aproximou de mim, apontou ao banheiro e disse que eu vomito por isso. Gritei que não tem nada a ver, mas ela falou que não vale enrolar.
No final, saiu a ceia tensa nada alegre.
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Estive mal depois de ter consumido um picolé magnum depois de ver tabela de calorias, fui deitar na praça, onde passei durante a tarde de natal com as tias e amigas delas, as lágrimas escorreram no meu rosto sem que elas percebam, mas só perceberam meu rosto triste depois e pediram que eu divirta um pouco com amigos no Gasômetro (ponto turístico de Porto Alegre) para ver fogos, então fui lá de cara amarrada e voltei sem ver fogo. Depois veio o jantar de pizza. Então fui obrigado a comer, comi duas fatias de pizza e fui direto para quarto. Deitado de olhos aberto pensando umas cenas de magreza, emagrecer até 45 quilos depois para 40 quilos e, porém, uma morte merecida depois de pular na janela de sétimo andar.
De repente vi uma menina de vestido xadrez e adormeci.
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Na noite, depois de alimentar um lanche, fui no banheiro para escovar e passar o creme no meu corpo. Depois fui direto para quarto, estava bem cansado. Quando ia fechar olhos, a tia ligou a luz de quarto e começou a falar julgando que eu vomitei por causa de demora. Meu coração começou a bater forte e sentindo uma fúria não acreditando em que a tia falou isso. Gritei que não vomito mais faz três meses. Ela fez uma cara de quem sabe tudo feito uma juíza e tocou na cabeça, um sinal de juízo. E saiu do quarto, fiquei arrasado por ser julgado em que não faço mais isso.
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Então, o maldito dezembro está indo embora. O ano novo chegando. Todas sensações, momentos e pensamentos que presenciei estão em rumo à uma lixeira mental. Que venham a força, vontade de viver e a paciência! Muito obrigado visitantes, seguidores e anônimos pelos teus comentários. Se não fossem vocês, o blog estaria abandonado. Desculpem-me por não ter comentado nos teus blog por falta de tempo, me perdoem? Mais uma vez, obrigado! Feliz Natal atrasado e um bom 2010 para vocês!


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

No mundo da loucura

A loucura é uma ilha perdida no oceano da razão.
Machado de Assis


Depois de um mês longe de blog. O que tenho ganhado durante a ausência? Belos crises de humor depressivo intensos e várias loucuras filosóficas.

Uma vez a mãe e eu discutimos sobre o meu futuro. A mãe disse que, porém, eu leio e reportagens e livros pessimistas contendo alguma tragédia.
Fiquei chateado. E suspirei dizendo que ela não lê algum livro meu e não deve acusar-me de forma crucial.
A mãe não aceita o curso que optei para prestar de vestibular no próximo mês: jornalismo.

Estava me divertindo no meio da festa, encontrei um guri bonito. Fiquei atraído. Me decidi a dar uma cantada diante de uma multidão me observando. Dei uma cantada. Ele ficou puto e saiu. Mas voltou, minutos depois, e trouxe um pequeno bilhete contendo número de celular dele. A multidão aplaudiu para mim pela coragem. Fiquei meio lisonjeado.
O que mais me surpreendeu é que senti mais magro para ele. Até comparei algumas partes de meu corpo com ele. Senti que não fui ideal para ele.

A tia não aguenta me vendo mal humorado, irritado e triste depois de algumas dias. E me perguntou o que houve comigo. Eu respondi uns palavredos. E saí para quarto, me deitei. Fiquei imaginando o que seria de amanhã. Apareceu na minha cabeça uma ordenação.
Pule na janela de sétimo andar imediatamente!
Levantei e olhei a janela de longe. Senti que minha alma correu, pulou da janela e ganhou um belo voo.
Me despertei e estou vivo ainda.

Meus amigos me disseram que estou muito magro. E sugeriram que devo engordar um pouco. Eu falei uns horrores dizendo que não quero engordar. Eles já souberam que tenho transtorno alimentar.

Agora, estou meio estranho. Discuti com colegas e professora no meio de aula. Até pediram que eu pare de tirar fio a fio de cabelos freneticamente. Só parei trinta minutos depois.

Cada dia tento refletir e só sei uma resposta: vou morrer feito um louco.


sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Razão perdida

Depois de tudo o que eu disse antes não é nenhuma promessa feita nem cumprida. É que não pensei duas vezes antes de falar.
As noites são tão mal dormidas, sonhos corrompidos e pesadelos diários até ter o ponto de irritação na manhã seguinte.
Desjejum, almoço, jantar e quaisquer refeição me irritam a mais e me deprimem cada vez mais!
Meus esforços físico, mental e psicológicos em vão feito perdidos. Já que meus colegas perceberam meu corpo está se metamorfoseando e me perguntaram, preocupados, se estou realmente bem. Respondi que não necessito de ajuda nenhuma.
Tive uma vontade danada de se suicidar imediatamente, mas fico confuso tempo todo.

Mesmo desabafando com a psicanalista.
Passe na farmácia e peça um xarope de libido.
Libido engorda?

Fiz uma pergunta mero idiota, que deixou a psicanalista suspirar depois de tentar me alegrar.

Certo dia, saí de roupa da verão depois do curso terminar, eu estava caminhando nas ruas. Posso notar os rostos das pessoas ficaram distorcidos quando me viram assim. Até um casal de jovens sentados almoçando no calçadão. Notei os lábios se movimentam.
Olha o guri esquálido, disse um jovem.
Minha nossa! - a garota fez um sinal de cruz.

Suspirei, tentando segurar o choro no meio da multidão.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A verdade doí

Antes de começar o debate sobre a educação surda, um menino surdo me cumprimentou, notou o meu rosto parece que tem algo errado comigo e fez uma careta de rosto magro. Eu dei uma risada nervosa como uma resposta irônica. No meio da festa de dia do surdo, minha melhor amiga começou a medir minha coxa com as mãos dela, fiquei sem jeito quando ela falou que minhas coxas são pequeninas demais e perguntou-me quanto mede a minha cintura. Respondi que é 36. Ela arregalou.
Esses episódios aconteceram no mesmo dia, 26 de setembro. Em minha cidade-natal.

Estava desabafando com a psicanalista que ainda penso em emagrecer. Ela perguntou-me se conheço a concentração nazista. Respondi que sim. Começou a explicar que os vítimas consomem tão pouco e trabalham muito até ficarem doentes e esquálidos.
Ainda mais contou  a metafóra dizendo que um carro partiu durante a viagem, mas não foi abastecido de gasolina completamente, daí parou no meio de percurso.
Isso está querendo dizer dos momentos de NF (embora que não consigo fazer mais NF, só consumindo de porções pequenas), advertiu que posso ter problemas se eu não alimentar bem.
Fiquei sem palavras.
Sugeriu que eu posso consultar com nutricionista para ter consumo balanceado que possa me deixar forte e com peso ideal e estabilizado.

Estou pensando em consultar com nutricionista, enquanto lembro de um adesivo colado na pará-lamas do carro que vi no caminho para casa.

Você tem olho gordo? Coloque colírio diet!


terça-feira, 6 de outubro de 2009

Vida nada fácil

Acordei mal-humorado na manhã gelada do dia vinte e um de setembro, não tinha nenhum interesse em continuar vivendo, ou seja, vegetando. Depois de desjejum, comprei um maço no caminho para parada, acendi um cigarro e sugei partículas de nicotina, dióxido de carbono e mentol. Me senti uma tontura danada, enquanto soltando baforadas de nicotina.
No meio do curso, a professora anunciou:
- Hoje é um dia muito especial para Léo! Vamos parabenizar para ele que hoje é aniversário dele.
Os colegas ficaram em pé, aplaudindo e cantando assim...

Parabéns para você!
Você ganhou mais um ano de vida!
Que seja feliz para sempre...

Eu estava nervoso querendo sair da sala no meio de coro chato, mas fiquei na sala recebendo abraços.
Os vinte e um anos são um chatice da vida, é que penso assim.

Não vai ter bolo? - pergunta uma colega.
Bolo? Não quero saber - respondi mal-humorado.

***

Algum dia chuvosa, vi um papelzinho contendo nome e endereço da psicanalista na escrivaninha. As tias marcaram para mim consultar.
Eu não pedi nenhuma ajuda, mas sei que tenho problemas, enfim...

***

Entrei na sala de espera da psicanalista acompanhado da tia. Vi umas revistas de moda. Fiquei vendo umas imagens das mulheres tão magrinhas até ser chamado da psicanalista para entrar na sala dela.
Notei três quadros mostrando cenas de paraíso, céu e inferno. Abaixo dos quadros, uma divã. Aos lados, várias fotografias de Freud.
A psicanalista mostrou uma poltrona para mim sentar.
Começou com uma pergunta:
- Recebi uma ligação das tuas tias pedindo consulta, então o que você veio para aqui me consultar?
Pois é, respondi, vim por causa de depressão, fobias e... e... e...
E? - perguntou a psicanalista
E transtorno alimentar - finalizei com sorriso amarelo.
Ela ficou surpresa e disse que estou magro demais.

A consulta saiu bem tranquila, não sei se vai me ajudar bastante para sair do transtorno alimentar.

***

Confidenciei com a minha colega do surdo sobre transtorno alimentar. Ela compreendeu agora e contou-me que já ficou uma semana sem comer, apenas tomando apenas café por causa de depressão severa. Agora está em tratamento.
Ela avisou quando saímos de ônibus que eu posso desabafar qualquer coisa com ela. E torce que eu posso sair do inferno.

Devorei dois pratos no restaurante vegetariano, estava nervoso até mãos tremendo. Pensei:
- Ah! Quero estar feliz comendo bem.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Surpresa inesperada

Ontem, um pouco cansado depois das aulas, notei um bilhete grande na mesa de cozinha. Percebi que é muito sério. Fui ler.

Fiquei de cabeça quente, mão agitados e coração batendo forte depois de ler.

Eis o bilhete...

Léo, quero que você me responda com toda sinceridade do seu coração, ok.
Você ainda está vomitando após as refeições ainda?
Porque eu sei que alguns meses atrás você estava vomitando tudo o que comia.
Quero que você fala a verdade para mim. Sou sua amiga e não quero ver você entrando nessa roubada de novo.
A vida é bela, temos que nos amar muito e agradecer cada dia, pela nossa alimentação, pela saúde, pelos amigos, pela nossa família, porque ela é nosso alicerce para tudo na nossa vida. Você é uma pessoa inteligente, esperta e vai conseguir tudo o que almeja na sua vida, um bom trabalho, um bom sálario, uma faculdade e até seu apartamento, sabia.
Então não gostaria de ver você se torturando à toa, você pode dizer pra si mesmo que você é muito feliz agora.
Quero que você saiba tudo que você queira falar e se estiver com vontade de falar algo que te aborrecendo, fale comigo ou com a tia, por favor! Podemos te ajudar, ou encontraremos juntos ajuda para você ir na psicóloga ou psicoterapeuta como quiser, mas não deixa de falar comigo e com tia sua.
Porque eu ficaria muito triste com você se soubesse que está vomitando, sabe porque eu preparo seu almoço com muito carinho todos os dias e eu sei que é alimentação saúdavel de verdade! Então não vale a pena comer e colocar tudo fora em seguida, além de custar mais dinheiro.
Só estou preocupada com sua saúde.
Obrigada, e eu sei que você vai entende a minha preocupação, porque gostamos muito de você.
Um beijo.

Foi como uma tapa de rosto, guardei um bilhete no meu bolso e almoçei.
Fiquei pensando nisso por um bom tempo. Até recebi umas respostas dos meus amigos dizendo que devo aceitar a mão que ela estendeu para mim.

Hoje eu estava a prestes de sair para curso, ela mostrou um pequeno bilhete pra eu ler:
Leu o bilhete e pensou muito? Então sim ou não? Me responda, por favor!

Respondi apenas não.

Saí, acendi um cigarro. De repente, as gotas começam a cair em cima de mim. Começou a chover forte, abri uma guarda-chuva e caminhei nas ruas até a parada. Vi um reflexo meu no vidro molhado da vitrine.
Um rapaz triste e esquálido segurando uma guarda-chuva.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Realidade crua

A tia me convidou para fazer uma caminhada. Aceitei imediatamente. Comecei a sentir dor do peito enquanto caminho bem rápido ao lado da tia. Ela notou o meu cansaço debilitado e me perguntou se estou bem. Respondi que estava tudo bem.

Voltei com pés cheios de bolhas e dor intenso do peito.

No outro dia, depois do curso, vi um bilhete de outra tia deixou na mesa de cozinha, dizendo que o dia está lindo e sugerindo que eu possa passear. Então, fui a caminhar nas ruas de Porto Alegre com pés totalmente machucados. Depois de duas horas sem beber nada, quase desmaiei no meio do parque, mas fui a sentar na banca e tirei os tênis. Me surpreendi depois de ver meus pés já sangrando aos poucos, mas não me deixou preocupado. Trinta minutos depois, calçei tênis e voltei a caminhar na volta para casa das tias, sentindo pés ardendo de tanto dor.

Já cansado de tanta caminhada, preparei umas almôndegas de soja com a amiga da tia para a festinha de despedida da professora. Ela disse que estou preparando muito bem, embora que eu seja cozinheiro de meia-tigela.

Hoje, no meio da aula, eu e colegas trouxemos comes e bebes para a surpresa da professora. Mesa já posta, observei meus colegas pegando almôndegas de soja. Eu sentia um leve prazer de orgulho quando meus colegas descobriram que preparei essa comida até perguntaram a receita.
Tive que comer os doces oferecidos pelas colegas.

Depois do curso, no dentro de ônibus, meus colegas perceberam que não estou bem e falaram que meu rosto está muito pálido.
Eu estou triste e com azia forte, por ter consumido comida da festinha e não ter miado.
Uma colega minha me perguntou o que houve comigo, eu respondi que não tem nada de errado. Não satisfeita, ela me pressionou para obter a minha resposta. Mas falei que é particular e nada de mais. Ela decidiu não me incomodar mais.

Caminhei cabaleado nas ruas cheias de pessoal até chegar o edifício. Vi um bilhete na mesa de cozinha.

Alimenta bem, por favor!

Suspirei, sentei na sofá e tirei tênis. Meus pés estão com cicatrizes e percebi que meus braços estão cada vez mais esquálidos.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Esperança cética

Caminho nas escadas até o sétimo andar, abro a porta do apartamento e encontro a comida já posta na mesa com um bilhete escrito por amiga da tia.

"Hoje fiz almoço vegetariano, que é especial para ti. Espero que goste. Tem um suco natural na geladeira. Até a noite. Beijos"

Me deixa um pouco feliz e chateado ao mesmo pelo o que a amiga respeita a minha opção muito bem até prepara tanta comida gostosa e saudável, porém calórica.

Eu tento alimentar o prato preparado por ela, mas os pensamentos anoréxicos estão atrapalhando comigo. Sem pensar duas vezes, levo prato até o banheiro, onde jogo comida no vaso sanitário e dou uma descarga.

Essa comida tão boa e saudável se foi na privada. Porque eu fiz isso? - pensei, enquanto meus olhos se lacrimejam.

Quando a tia e a amiga dela voltaram do trabalho me perguntaram se eu gostei do almoço. Respondi mentindo que gostei muito.

Mentir para elas me doí muito...

Algumas vezes, escapando dos pensamentos anoréxicos, comi pratos e lanches vegetarianos, horas depois fico na crise dístimica. Minhas tias (chamo a amiga dela de tia) me perguntam o que houve comigo depois de verem meu rosto desfigurado de tanta tristeza. Tento acalmar elas dizendo que está tudo bem.

Nas noites eu tento imaginar alguma coisa feliz, deitado na cama, e no final sempre acabo com olhos molhadíssimos.

O curso está ficando mais legal. Tem um certo incomôdo: intervalo do curso com direito de um lanche e bebida de graça. Eu peço café puro até coca zero, lanches poquíssimas vezes! Meus colegas me olharam segurando uma lata de coca zero, enquanto fumando. E comentaram que estou magro demais.
Certo dia, saímos para pegar ônibus depois do curso, dei um toque leve no meu colega cego para conversar com as mãos. Ele disse que minhas mãos e braços são muito esqualidas, fiquei perplexado. Outra colega nos viu e concordou com ele.

Saiu puro suco gástrico no vaso de banheiro do curso, queimou a minha garganta, sentei no chão e chorei.

Quero estar feliz! Esta frase apareceu, depois de balões estourarem, foi escrito por mim durante a aula de psicologia do curso em que a professora propos colocar umas mensagem anônimas em balões. Acredito que existe uma esperança, porém estou ficando cético...

sábado, 5 de setembro de 2009

Crise de pânico

Voltei do curso e encontrei um bilhete na mesa de cozinha

Você pode comer sem medo de ser feliz.

Fiquei intrigado. E almoçei bife de soja, arroz integral, feijão e salada de soja. Minutos depois deu-me uma culpa mísera.

Fui no banheiro, miei o resto da salada, muito menos arroz e feijão. Depois ataquei barrinhas de chocolate e consegui miar, mas feijão com arroz não saíram ainda de segunda mia.

Me deu um grande desespero. E aconteceu um ataque de pânico: taquicardia, falta de ar e corpo agitado. Minutos depois, me acalmei aos poucos, fui no sebo e fiquei lendo os livros da psicologia para esquecer a tensão.

Então, na noite a tia voltou do trabalho. Resolvi perguntar sobre bilhete tão estranho. Ela explicou que não colocou sal, pois exagerou sal nas refeições anteriores. Tentei rir de qualquer forma.

Minha garganta está totalmente fudida!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Uma passadinha no inferno

Depois de uma semana estando em capital, resolvi dar uma passadinha na minha cidade natal para matar saudades com meus animais de estimação e rever meus amigos.
Quando cheguei na casa dos pais, já começou a discussão diária por causa de alimentação...

Eu estava teclando com amigos no messenger em plena noite da sexta, a mãe perguntou-me qual jantar que eu queria: comida ou lanche. Respondi não mexendo cabeça.
Ela ficou furiosa, começou a falar que estou magro de ossos até apertou meu braço. Eu fiquei furioso pela reação dela, pragueijei-a para inferno. Mas, mesmo assim, jantei na frente dos pais para não piorar o clima.

No dia seguinte, minha mãe foi visitar na outra cidade com a irmã dela. Meu pai estava na casa, tomei iogurte no desjejum. Saí caminhando para a casa da amiga, no outro lado da cidade, onde vai ter a festa de aniversário dela. O tempo estava quente, estou de roupa típica para outono e nem almoçei.

Como eu me prometi que vou comer uma fatia de bolo só, mas extrapolei demais. Até falei com as minhas melhores amigas que preciso emagrecer, elas me xingaram que tenho cabeça pequena. Fiquei ofendido, afinal, decidi a não falar mais sobre isso com elas.
Depois de aniversário, fui na concentração surda em boliche à noite fresca. Durante um bom tempo, senti meu estômago roncando. Eu queria ficar de NF, mas... Fui no bar com as duas amigas e pedi um xis vegetariano (sou vegetariano faz sete meses).

Acordei perto de meio-dia do domingo, depois de chegar na casa pelas 4 horas de manhã. A mãe reclamou pra caramba. Não aguentei ficar vendo a mãe reclamando assim.
Última refeição com pais se realizou com conflitos...

Antes de ir para rodoviária, o pai pediu-me um abraço. Achei muito estranho, pois ele e eu não demos muito bem desde minha infância. Então, dei um abraço mal-feito. A mãe observou naquela cena inédita e ficou feliz.
Na rodoviária, a mãe perguntou alguma coisa pra eu comer durante a viagem para capital. Respondi somente bebida. Ela nem hesistou.

Fiquei lembrando dos momentos em que passei na infância, enquanto vendo a placa dizendo que faltam alguns quilômetros para chegar em capital:

No jantar com os pais, a mãe colocou um pratinho de comida. Eu fiz uma carinha de quem não gosta a comida.
A mãe disse que devo ficar forte se eu comer todo o pratinho.
Acreditei no que ela disse durante os últimos anos.
E tornei obeso de oito anos.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Partida bizarra

Estava preparando umas malas para a partida, senti um vento vindo da janela do meu quarto. Era gelado, mas gostoso. Estava chovendo forte no dia dezoito.
Achei engraçado o dia da partida ficaria assim, embora que gosto de dias nebulosas, chuvosas e geladas.
Lembrei da reunião da escola para discutir sobre a inclusão nas salas de aulas, fui lá debaixo da chuva. Durante a reunião, o celular vibrou. Era a mensagem da minha amiga dizendo que a mãe tá precisando comigo urgente. Alguns minutos depois, me apressei até a casa. A mãe estava uma fera, mas não importei dela. Que se foda uma vaca obesa e teimosa!
Ônibus para Porto Alegre chegou, a mãe despediu e disse que eu volte nos finais de semanas para passar. Eu fiz deboche assim: Não vou voltar para visitar você e pai, mas só animais de estimação. Então, adeus!
A mãe não gostou pelo o que disse.
Entrei no ônibus, vi um homem no banco último, eu sentei atrás do banheiro. Porque é lugar meio vazio, admito que gosto assim mesmo.
Quase duas horas depois, deu uma sensação danada de fome. Vi uma sacola contendo salgadinhos e chocolates que a mãe comprou para mim.
Devorei imediatamente que nem um mendigo. Senti uma dor intensa do estômago e uma grande culpa, tentei ignorar esses sentimentos, mas não deu a bola.
Então fui no banheiro de ônibus, coloquei dois dedos na minha garganta e pressionei bem forte. Saiu os restos alimentares.
Miei no banheiro de ônibus andando para capital. A bulimia voltou...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Perdido no mundo irreal

"Comece pelo começo, siga até chegar ao fim e então, pare" - Lewis Carrol em Alice no País das Maravilhas.

***

Vesti uma calça 36 bem folgadinho no banheiro depois de tomar um banho, passei mão no espelho pra tirar umidade e mostrou uma imagem.

Não é sou eu. É tão diferente de mim.

Enquanto isso, lembrei das velhas fotografias e momentos do passado remoto. Chorei lembrando que comia sem culpa, tinha um corpo saudável e era feliz.

Por que? Porque eu não me vejo como magro, sim como um gordo. Resposta crua e irreal.

Você está magro demais até parece um aidético, disse um conhecido. Dei um gesto obsceno pra ele, dizendo que não se meta na minha vida.

Meus amigos de infância estavam conversando sobre academia e emagrecimento. Mostrando umas "barrigas de cerveja", então mostrei minha barriga. Eles falaram que a minha barriga é lisa pra caramba. Eu não acreditei pelo o que elas acabaram de falar.

***

Nas meia-noites, eu tento dormir, mas só fico acordado de olhos molhados pensando o que será de amanhã. O demônio voltou com aplauso silencioso. Falta um pouco para chegar e depois morra!

Estou ficando neurótico...

Que bela sopa, tão rica e verde,
Esperando no caldeirão a ferver!
Quem consegue parar de comer?
Sopa do jantar, bela sopa!
Sopa do jantar, bela sopa!
Que be....la so....pa!
Que be....la so....pa!
Soooo...pa do jantar!
Bela, bela sopa!
Que bela sopa, quem liga para um peixe,
Carne ou outro prato?
Quem não daria tudo o que tivesse por essa bela sopa?
Sopa do jantar, bela sopa!
Sopa do jantar, bela sopa!
Que be....la so....pa!
Que be....la so....pa!
Soooo...pa do jantar!
Bela, bela sopa!


Uma noite qualquer, meus pais me chamaram para jantar. Falei que não sinto fome nenhum, mas eles não importam e me levaram para cozinha. Eu vi um prato cheio de comida.
Eu: Não vou comer tudo isso! - mexendo comida
Mãe: Se não comer, vai ver.
Eu: Então, mostra - continuando a mexer comida
Pai: Coma! - Batendo forte na mesa.

Fiquei assustado, comi um pouco, de olhos molhados. Outros parentes estavam lá observando tudo.
A metade do prato se foi e saí direto para quarto. Tentando abafar o choro com travesseiro, deitado na cama.

Não chora! - sinaliza demônio - É tudo que você tem que viver.
Mandei que ele saia do quarto, jogando travesseiro.

***

Recebi uma notícia boa caiu do céu: vou morar em capital esta semana. Então, vou partir hoje à noite mesmo.
Preciso ficar longe do pais, mas vou ter que enfrentar com a tia chata e as consultas semanais no hospital de capital.

Você deve, querendo ou não querendo, sair do inferno.

A luz do fim está chegando...

Soooo...pa do jantar!
Bela, bela sopa!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Are you happy with that?

Eu preciso morrer, mover, mudar
parar de enxergar para ver,
Sorrir sem palavras, sem me preocupar
Porque as vezes você precisa escolher
Entre perder e esquecer sem jamais lutar!
Não sei quanto tempo passou
Desde que esqueci de passar
Tão perto de um lugar qualquer...
Eu queria me fechar, mudar e voltar a ser tão normal
E não ser
o que eu penso ser... o que eu acho
que sou
Meus pensamentos,
os julgamentos que eu finjo não notar
o que é mais certo?
O silêncio pode mostrar que eu me importo
Fugir pode me calar...
...
Talvez eu deva viajar, mudar o rumo...
talvez não ter onde ficar,
talvez no escuro...
Talvez não encontrar
um outro rumo...
Talvez a estrada não tenha fim,
talvez o fim seja viajar
em outras águas que ninguém navegou
e talvez nunca chegar
em lugar nenhum
ou em qualquer lugar...
salvar-me...

***

Estava num lugar bem movimentado e alegre, esperando um ônibus chegar na parada. Um táxi parou no meu lado, a porta abriu e era a tia. Chamou-me para entrar. Então entrei.
Por bom tempo, reconheci uma avenida, comecei a desesperar.
Era o endereço do hospital onde tem ala para transtornos alimentares.
Quase causei o acidente tentando fazer táxi parar, mas paramos na frente de emergência do hospital.
Comecei a ficar nervoso demais.
A tia saiu, pedindo que eu saia do táxi. Eu recusei inúmeras vezes, tentando segurar o banco. Mas ela chamou enfermeiros. Um bando dos enfermeiros!
Os enfermeiros me carregaram. Me debatei para sair dos braços, mas sem sucesso. Entramos nos corredores do hospital.
Podia ver os rostos das pessoas, que estão esperando no corredor da visita, assustados nos observado.

Acordei, percebi que era um pesadelo e fiquei tranquilo.

Mas...

Dois dias depois, a tia visitou de surpresa.

***

Depois de uma semana com a tia na minha casa. O que ganhei? Inúmeras perguntas feitas pela minha tia sobre alimentação e tais, que resultou umas belas discussões nos almoços e jantares.

Algum dia a mãe perguntou-me se tenho papel de encaminhamento. Eu respondi que não é pra sua conta. Ela me pressionou, então dei pra ela. Depois de ela ler, ficou feliz e tentou me abraçar. Eu falei que não quero saber de abraços. Um garoto indelicado, claro.

***

Os pensamentos anoréxicos me consomem para caramba e muita comida hipercalórica! Resolvi vencer o medo temporário da balança, depois de umas "décadas" sem pesar.

Pesei, vi no visor e não acreditei.

50,2kg! Perdi 3 quilos comendo.

***

Uma garota com transtorno alimentar em que converso no msn fez-me refletir com uma frase que ela sempre fala:
- Quando como, sinto culpa e quando não como, também sinto culpa.

Afinal: todo anoréxico e bulímico é feliz?

sábado, 1 de agosto de 2009

Unexpected moments

Eu estava no campo verde. De repente, apareceu um vulto aproximando. Me surpreendi vendo um rapaz que era eu, de aparência bem esquelética. Ele falou que podemos sentar para conversar. Falei pra ele que está bonito de ossos. Ele agradeceu, porém, de cara bem estranha. Ele falou que estou ótimo com 53 quilos. Perguntei pelo peso seu. Ele respondeu 40 quilos. Fiquei surpreso. Ele adverteu que devo pensar bem antes de chegar em meta final. Eu ia falar umas coisas, mas senti alguém me cutucando. O "eu" deu tchau, de olhos molhados. E acordei.

O passarinho verde apareceu no muro da casa, fraco.

Recebi uma mensagem da amiga da minha tia dizendo que fui aceito para fazer curso/estágio em FIERGS. No momento, eu estava na tabacaria do shopping. Me deu uma vontade, passei na sorvetearia e pedi um milk-shake de chocolate. Tomei todinho em poucos minutos. Meu estômago doeu demais. Dei uma passada na biblioteca municipal. Quando eu estava lendo o jornal, comecei a sentir taquicardia, ondas de calor e tremendo demais. Ataque de pânico por causa de milk-shake. Apressi caminhando para o banheiro. Miei. A dor de cabeça começou. O NF durou só 14 horas.

O passarinho verde cantarolando feliz depois de ser adotado por uma família.

No meio da noite gelada, voltei da reunião de associação. Notei o ambiente estranho na minha casa, vendo a mãe telefonando de jeito diferente. E entrei na cozinha, avistei duas agendas minhas na mesa de cozinha. O pai, sentado ao lado de fogão à lenha, me chamou. Meus pais re-descobriram do meu transtorno alimentar.

O passarinho verde começou a debater agressivamente.

Meus pais me levaram para restaurante e eu discordiando de cara furiosa. Coloquei pequenas porções no prato em fila de buffet. Quando ia colocar prato na balança. Meus pais viram meu prato assim e me forçaram que eu coloca mais. Eu dei palavredos. O atendente me observou sem jeito.

O passarinho verde ficou iludidado.

Fui consultar com a minha psicólogica, contando o que aconteceu na casa. Até falei que estou tendo compulsões. Ela perguntou-me que forço a vomitar, respondi de vez em quando. Disse que meu transtorno alimentar é bem complexo. Rindo mentalmente. Ela disse que vai chamar psiquiatra e nutricionista para continuar o tratamento. Psiquiatra?! É que preciso muito dele! Mas, lembrei do curso/estágio em capital. Avisei-la que não vai dar, ela perguntou pelo porquê. Expliquei que fui aceito pra fazer lá. Ela ficou feliz, dizendo que é bom pra mim. Escreveu um encaminhamento para que eu possa continuar tratamento em capital.

Almoços briguentos. Sem controle sobre as compulsões. Crises depressivas tempo todo. Pensando em emagrecer sem parar. O que mais me surpreende é que havia perdido 2 quilos.

O passarinho verde morreu.

O FIERGS ligou dizendo que meu curso/estágio foi adiado para mais tarde por causa de Gripe A. Eu estava prestes a me mudar hoje. ODEIO TUDO ISSO!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Voltei

Acordei, vi o visor de celular. Eram 8:55. Puta que pariu! Tenho que me preparar para sair.

Tomei um bom banho, porém, bem rápido, arrumei-me e saí sem tomar desjejum. 9:20

Durante o caminho, comprei maço Vogue. Suspirei entre baforadas depois de quase um mês sem fumar. 9:45

Entrei no CAPs bem na hora. 9:55

A psicóloga me chamou para entrarmos na sala. 10 horas

Ela perguntou-me o que fiz algo de bom em Porto Alegre durante 3 semanas. Respondi que fiz curso de fotografia. Blá-blá...

E perguntou a mais o que eu tenho planos para seguir ao futuro. Comecei a pensar, pensar, pensar que nem uma mula! Eu fiz uma carinha de ironia e respondi: emagrecer! Respondi que peso de 53 e pretendo chegar aos 45 quilos.

Ela ficou chateada quando eu disse isso e olhou -me para ver se estou magro mesmo. E disse que estou magro demais. Sei, porra! Pensei.

Mas, mudando de assunto, falei que estou aguardando a resposta de FIERGS sobre o curso de auxiliar administrativo em capital. Se der sim, vou ter que morar lá por 5 meses. Ela se alegrou e disse que tá torcendo.

Deu uma certa preocupação: alimentação lá. Como a minha tia não sabe cozinhar, só compra comida pronta e guloseimas. Ela disse que não devo preocupar e falou ainda que posso pedir uma educação alimentar.

Ainda mais dizendo que estamos trabalhando, a partir de agora, para que eu possa fortalecer bem estar mental e físico a mais.

Eu ia contar sobre sonho, mas o tempo acabou. Devia contar isso no começo, mas falei de outro assunto. Covarde! (Explicarei melhor na próxima postagem.)

Saí de CAPs, acendi um cigarro e comecei a sorrir.

Estou no meio caminho alcançado, enfim.

E passei na padaria, pedi um café puro e comecei a sentir estômago roncando. Sorri mentalmente. Estou em NF...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sobrevivendo em capital

Depois de passar longe do meu blog, então tive a oportunidade de postar...
No primeiro dia em que cheguei na capital, depois de sair do shopping onde a amiga da minha tia trabalha, eu estava prestes a caminhar para curso. De repente, fui abordado por meninos, não entendia do que eles estavam dizendo, mas deu pra perceber que é uma tentativa de assalto. Eles queriam roubar da mochila, resolvi a correr. Tive que atravessar na avenida movimentada mesmo driblando carros passando pelas 4 vezes. Olhei atrás e percebi mais duas pessoas foram agrupadas. Comecei a desperar. Minhas pernas estavam doendo, mas não querem parar. Corri para outra direção, olhei atrás e percebi que eles haviam desistindo. Continuei correndo até prédio do curso. Fiquei de boca seca e coração batendo rápido demais.
Um ataque de fobia social inesperado.
Durante a primeira aula do curso, eu comecei a ficar bem tranquilo até como fosse não tivesse acontecido. E voltei de táxi por preocupação na noite das 9. As tias não sabem e nem saberão pelo o que aconteceu.
Ao passar do tempo, o curso de fotografia analógica está bem legal, porém, eu e a professora tivemos que dar os bilhetes para entender melhor.
Anteontem, fui na saída de prática para tirar umas fotos. O local da prática era o Mercado Público de Porto Alegre, no começo não foi uma moleza: tirar umas fotos no meio da multidão. Mas, no final, consegui tirar umas 36 poses.
Achei que ia controlar bem a alimentação durante a estadia em capital, me enganei. A tia exagerou: comprou guloseimas demais. Não pude evitar, acabei comendo DEMAIS. Mesmo assim, tenho seguido a alimentação vegetariana com muita força.
Então resolvi a me pesar depois de um longo tempo. Me suspirei depois de ver o peso obtido, ENGORDEI! De 48 para 53 quilos inacreditáveis!
Mesmo ainda jogo a comida do almoço na privada quando fico sozinho em apartamento da tia. A garganta tá ficando cada vez mais irritada. Achei que fosse o efeito causado pela poluição, descobri que é gripe está chegando. Fui vasculhar na gaveta dos remédios, não tinha remédio para gripe, então tomei paracetamol.
Sinceramente, não sei se é bom para mim... Não vejo a hora de voltar ao interior esta semana, porque eu preciso falar umas coisas com a psicologica. Sei que vou emagrecer mesmo tentando lutar contra o transtorno alimentar...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Consulta tensa

Eu estava bem ansioso, hoje era o dia de consulta. Notei minha mãe se arrumando e perguntei onde ela vai sair. Respondeu-me que vai sair comigo para a consulta.

Fiquei azedo.

Então fomos no prédio de CAPS. Aguardamos um pouco e fomos chamados para entrar na sala de psicológa. Ela começou a falar. Pedi desculpas, a mãe começou a falar pra ela que sou surdo. A psicológa ficou surpresa.

Ela tentou falar bem claro para que eu possa ler lábios melhor, mas a mãe atrapalhou. Fiquei calado na maioria do tempo.

Isso piorou a mais... A psicológa falou que estou magro demais. Eu fiz uma pergunta: - Tu acha que sou magro demais? Ela respondeu que sim.

Fiz cara de descaso.

E me perguntou se estou satisfeito com meu corpo. Eu fiquei ruborizado, eu devo responder na frente de mãe?
Então, tive que enrolar. Daí a mãe me olhou bem torto. A psicologa me perguntou quanto tempo que não como carne, pois a mãe falou que fiquei radical ao escolher vegetarianismo, respondi que vai fazer 5 meses. A mãe disse que devo comer carne duas vezes por semana. Eu discordei, começamos a discutir, a psicologa ficou sem jeito.

Hora errada para falar sobre transtorno alimentar na primeira consulta, tudo por causa daquela vaca da mãe.

Continuei calado, fiquei olhando na janela. Quando voltei na realidade depois de mãe me cutucar dizendo que sou igual. Igual de quê, perguntei várias vezes.

Ela começou a chorar. Fiquei sem graça. Clima bem tenso! Preferi não ver naquele momento.

Quando a mãe levantou para sair da sala, a psicologa avisou-me é a hora de conversar entre duas pessoas e foi buscar papéis para escrever.

Então, expliquei porque de estar triste, mas a psicologa me pressionou a falar o motivo principal de estar deprimido. Então, desabafei que eu era uma criança feliz até obesidade chegar. Fiquei gordo de 8 até 13 anos de idade. Ainda mais contei que comecei a emagrecer aos 13 anos.
Ela me perguntou mais uma vez se estou realmente satisfeito com meu corpo. Respondi barriga e peito que não foram ótimos no meu corpo.

Ela me fez outra pergunta se eu fico bem sozinho no meio da aglomeração de gente ouvinte. Eu respondi que sentiria como um peixe fora d'água e sentiria bem comunicando com as pessoas surdas. Ela compreendeu.

A psicologa suspirou, escreveu no papel "anorexia" e me olhou de cara séria. Disse que é a primeira vez conversando com um jovem surdo e anoréxico, e que devo fazer umas decisões e caminhos para eu sentir bem.

Fiquei sem palavras.

Ela avisou que o tempo terminou e falei que a próxima consulta pode ser a partir de dia vinte de julho, pois vou ficar na capital por duas semanas.

A mãe falou que vamos almoçar no restaurante. Eu fiz uma cara de mal-humorado, mas fomos lá. Depois de comer, eu ia levantar para banheiro, mas a mãe se levantou dizendo que vamos embora. Fiquei irritado.

A consulta foi bem tensa. Hoje foi pior dia que já tive!

terça-feira, 30 de junho de 2009

A guerra já começou

Acordei das 5 da manhã de segunda-feira, tomei um café puro no desjejum e fui no posto de saúde sozinho. Esperei na fila de marcação até sete e quarenta e cinco da manhã.

A consulta marcada para oito e meia, voltei na casa e tomei café puro novamente no lanche de manhã.

Voltei para posto de saúde, antes de consultar com médico, a enfermeira me chamou para medir a pressão e peso. Depois de pesar, a enfermeira ficou boquiaberta: 48,1kg. Perdi dois quilos que havia ganhado na semana passada.

Fiquei tão nervoso esperando o médico me chamar. Depois das oito e meia, fui chamado, enfim. Um jovem médico bem alto, porém, bonitinho. Ele começou a falar, pedi desculpas por não entender. Então, escrevi na agenda que trouxei. Dizendo que preciso de um encaminhamento psicológico. Ele me perguntou o porquê.
Quando eu ia escrever a resposta, fomos interrompidos por outra médica, então tive que ser transferido para sala dela. Então, respondi que estou de humor depressivo e tenho ataques de pânico. Mas não falei sobre o transtorno alimentar.

Ela deu um papel de encaminhamento psicológico. Enfim!!! Voltei na casa, aliviado. Dei um passeio para cães. Momento raríssimo.

Minha mãe recebeu a telefonema e falou que posso começar a fazer curso de fotografia na quinta-feira. Ótimo! Vou ficar na capital por duas semanas.

Eu e a mãe fomos no CAP's e mostrei o papel de encaminhamento psicológico. A consulta marcada para quarta-feira [amanhã!].

O tempo de tarde de segunda-feira estava bem quente, úmido e abafado, quando eu fui colocar as roupas no varal. Notei as joaninhas voando ao redor de mim. E pensei:

Isso é um sinal de sorte. Vou lutar até fim, afinal!

domingo, 28 de junho de 2009

Anorexia, uma doença maldita

Logo ao levantar
O corpo começa a fraquejar
De uma noite mal dormida
O estômago já só aguenta a cafeína
Pelos arrepiados evidenciam o frio sempre presente
Tento abrir a boca petrificada
Mas este corpo quase sem vida já só respira
Os livros e o computador são a minha única companhia
Não tenho mais forças para lutar
Pois já não consigo dominar
Este corpo transformado em cadáver
Perdi os amigos e a felicidade
Agora só me acompanha a dificuldade
Em acreditar que ainda estou vivo
Que merda é esta que me persegue?

A poema explica bastante? E preciso de uma ajuda...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Conclusão - Final (?)


Sai de banheiro depois de miar, dei um sorriso amarelo para minha amiga Melissa* na garagem ocupada de jovens gays, lésbicos e bissexuais fumando, bebendo, comendo porcarias e cantando karaoke. Sentei na cadeira ao lado da mesa, voltei a beijar com Renato*. Minha cabeça voltou a voar pra maionese, estômago comecou a doer mais sentindo o sabor de tutti-fruti na boca dele. Afastei-o suavemente, dando mais um pequeno sorriso amarelo. Ele elogiou: - Que beijo tão doce!

Beijo doce meu?! Ai, me deu vontade de ir no banheiro novamente. Levantei novamente, Melissa* sabe do que está acontecendo e fez uma cara séria. Miei tudo o que tinha consumido: pipoca de microondas, salgadinhos, biscoitos, vinhos baratos. Dava ver as manchas escuras de nicotina no vômito junto de sangue. Eu estava sentado, de paléto grosso, no chão gelado de banheiro molhado. Me piorando... Tive que avisar pra Melissa* que tenho voltar na casa.

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Fui convidado para passar na casa de Melissa*, nas 6 da tarde no dia dos namorados, em casa dela. Pedindo que eu trouxe pipoca de microondas, trouxei. A companheira dela ofereceu uma taça de vinho, eu aceitei. Depois da 2ª taça, comecei a ficar bêbado, consumi biscoitos de chocolate e um sanduíche de queijo. A Melissa* me perguntou se eu quiser ir na casa de casal lésbico, eu aceitei. Fomos caminhar mais de 3 quilomêtros, eu tonto, enfrentando o vento gelado e cortante na noite escura de 10 graus.
Conheci o casal de lésbicas. Uma jovem que se chama de Adriana* me olhou assim e falou pra Melissa* que interpretou para mim (ela é intérprete de Libras). Falou sobre filho dela de casamento anterior, que tem 10 anos, sofre de anorexia. Fiquei sem jeito, acabei de confessar tudinho para Melissa*.
Ela falou que fiz muito bem pra contar tudinho... E me pediu que eu se cuide pra não exagerar até 45 quilos. Uma pessoa compreensiva, enfim! Única pessoa que contei pessoalmente atualmente, ih!

O Renato* chegou de surpresa, eu fiquei sem jeitinho. Falei pra Melissa*: - Vem um problema. - Ela riu.
Horas depois vendo gente divertindo cantando de karaoke, eu e Melissa* quietinhos conversando sobre a vida sexual. Até que Renato* começou a dar umas cantadas. Eu reitribui um sorriso tímido algumas vezes. Mais tarde, ele sentou no meu lado e deu uma carícias apertadinhas na minha coxa, eu tentei evitar. Mas, acabei de dar um beijo repetino...

Na casa, tonto de tanta álcool e dor forte do estômago causado de mia. Tomei duas cápsulas de omeprazol antes de deitar... Acordei bem no dia seguinte.

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Eu e a mãe tivemos uma briga séria no domingo. Tudo por causa de pijama que achei larga demais, ela começou a falar que estou magro de "pulso fininhos". Eu discordei, mas sei que todo me acha magro... A mãe ficou bem punk quando me ameaçou que vai cancelar a assinatura da net e não vai me deixar pra ir na capital se eu não comer bem nesta semana.
Fiquei tão odiado...

Estou no sacrificio comendo feito uma pessoa normal. Bem, vou passar na capital por mais de duas semanas para fazer curso de fotografia. Procurar emprego lá também. Vou ter que segurar as pontas com a tia e enfrentar nas ruas movimentadas de capital de 1.400.000 pessoas. Vida ruim para fóbico social, quem merece assim?

As duas calças n° 36 estão largas, tive que voltar a usar de cinto pra segurar.

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Ossos aparecendo no corpo gelado e branquelo pelo consumo baixo de calorias causado antes.

Afinal, última postagem. O que eu aprendi no final? Controle para manter o peso de 48 quilos até julho, daí vou começar o ritmo lento de emagrecimento até 45 quilos.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Rotina maldita – Parte 2



Acordei cedo na manhã de sábado, o pai estava na casa. Fui direto para computador (bela compulsão que tenho, né?) e tomei uma vitamina c no desjejum. No meio-dia, o pai estava arrumando o varal nos fundos, me deu uma boa idéia: peguei um prato, coloquei feijão e arroz nele e foi pra microonda. Depois, levei para meu quarto, já peguei sacolas de plástico antes. Joguei tudinho nas sacolas, depois o coloquei no saco do lixo do banheiro, mas levei essa pra o da cozinha. Joguei o lixo de três tipos misturados na lixeira. Coloquei o prato sujo da comida na pia para que os pais pensem que eu já almocei. A mãe chegou do trabalho e me perguntou se almocei, falei pra ela que veja o prato na pia. Ela sorriu. Boba!

Avisei-a que vou sair perto das quatro da tarde para encontrar a concentração surda, ela disse que vai viajar na cidade para ver parentes. Melhor! Depois das quatro horas da tarde, saí atrasado. Fiquei conversando e me divertia tão bem rindo com as piadas (isso é muito raro!). Depois das cinco e quinze, descobrimos que ficamos presos no colégio já fechado até as portas. Estávamos no pavilhão de esportes do colégio. Rodrigo* falou que estamos no momento Lost. Presos dentro do colégio! Tivemos que subir o muro com portão da saída (que vergonha que passei nisso!). Conseguimos de sair, isso é inacreditável nenhum do responsável do colégio nos avisou que vai fechar. Afinal, vou reclamar na semana que vem. Fumei um cigarro de L.A no caminho para casa. Uma hora depois, não resisti... Peguei, coloquei na microonda e devorei o pacote inteiro de pipoca! Avisei para mãe que fui convidado para a festa do bar, mas ela disse "não" várias vezes. Fiquei um pouco chateado, mandei torpedo para Renato* dizendo que não podia ir, com desculpas. Depois das onze da noite, peguei uma taça de vinho tinto com Martini e coloquei sete gotas de Rivotril nela. Minutos depois, os efeitos começaram: cabeça leve, alucinação e felicidade. Depois, me chapei na cama.



Acordei na hora de almoço de domingo, a mãe trouxe batata-frita e polenta frita. Eu recusei comer de alguma fritura, para o desespero da mãe que ficou implorando que eu coma. Recusei, só comi algumas colheradas de feijão e arroz com brócolis refogado. Depois de tarde toda sem comer nada, perto das oito da noite. Então, tive que esquentar a pizza congelada. E devorei quase inteira, a mãe comeu uma fatia. Não mereço assim...

Na segunda-feira, iniciei NF da uma de tarde, saí no centro para ver os preços de webcam, falar com auto-escola pra combinar datas (onde tomei dois copos de café com adoçante), por fim, devolvi um livro de 350 páginas sobre Che Guevara na biblioteca municipal, só li vinte páginas. Minha concentração para leitura está ruim ultimamente. Quando saí de biblioteca municipal, acendi um cigarro L.A e notei um jovem de roupas simples que nem um morador da rua. Percebi que era irmão de meu ex-colega que tentou me assaltar anos atrás, ele pediu que um isqueiro. Liguei pra ele, simplesmente, agradeceu comigo. Estranho... Eu não estava assustado nem fatigado. Pois eu estava com efeitos de Rivotril, além disso, o guarda municipal estava bem pertinho comigo, pode ser. "Léo! Você não falou com a Polícia que aquele rapaz tá solto de novo?", essa pergunta apareceu na minha cabeça. Dormi cedo para não ficar com fome noturna.

Acordei bem cedo na manhã geladinha de terça, não comi desjejum outra vez. Não me lembro algum almoço. Na noite aqui vem uma visita da amiga da mãe. A mãe propôs um jantar de berinjela assada. Depois das nove da noite, fechei NF de 32 e depois, jantei três rodelas de berinjela assadas – 49cal por unidade, carregadas por uma colher de maionese light – 30cal, por fim um pote de iogurte desnatado – 30cal. Fechei LF de 207cal

Estranho é que não fiquei feliz por ter conseguido fechar NF e LF sem problemas. O demônio do meio-dia voltou...



Gostaria de despertar num toque irritante:

- Pare de sonhar! E me libertar deste vício

Que é sempre flutuar

Em fantasias e cores,

Em belezas que o mundo esconde,

Em alegrias que não posso vislumbrar...

Porque me faz sonhar?

É maldição de vida,

Ou bálsamo pra tantas feridas

Que adquiri ao caminhar?

São tantos espaços no tempo,

Perdidos no vento a passear

Por longínquos tempos

Que a realidade não me fará recuperar...

Porque então sonhar?

Não sei... sei que continuo

Sem saber quando e onde parar.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Uma farra depois de NF - Parte 1

A mãe me perguntou se eu tenho fome. Eu menti para mãe que já consumi de salgadinhos, docinhos, cafés na reunião de diretora na quinta passada e falei que já estou satisfeito.
Dia seguinte, a mãe foi trabalhar e pai não estava na casa. Sozinho na casa durante a manhã, isso era ótimo! Tomei o desjejum não-calórico: um comprimido de suplemento vitaminico e copo de vitamina c. Um hipocondríaco anoréxico? Com certeza.
Para simular que eu já comi almoço: coloquei feijão e arroz no prato, coloquei-o na microondas, e passei para cães e gatos. E coloquei prato sujo na pia da cozinha. Pronto!

Perto da uma da tarde, saí caminhando até centro. Minha cabeça estava doendo pra caramba! Era o resultado de NF causou. Encontrei Melissa* na frente de cartório. Ela falou que está morta de fome, então fomos na lancheira alguma. Ela me perguntou o que eu queria comer. Respondi, mentindo, que não e já comi almoço na casa. Pedi uma garrafa de H2OH.
A Melissa* notou a minha cara de irritação e me perguntou se estava tudo bem. Falei que estou com dor de cabeça. Ela ofereceu comprimidos de Paracetamol imediatamente. Peguei duas e tomei. Agradeci-a.
Ruim é que estou só tomando uma garrafa de H2OH, vendo Melissa* devorando xis-carne e outros comendo umas porcarias de origem animal. Lugar tão tenebroso!
Enfim, saímos até cartório e encontramos Laura* e fomos dentro para autenciar as atas, estatutos e assinar como secretário e Melissa* como presidente.
A Laura* está mal de gripe, a Melissa* ofereceu comprimidos pra ela tomar. Depois de cartório, Melissa* nos despediu indo para trabalho dela. Eu e a Melissa fomos a caminhar um pouco. Fiquei sem jeito vendo ela tão mal de gripe. Então, comprei dois pacotinhos de chá Vick para ela.
Melissa* ficou surpresa e agradeceu me abraçando. Tive que aguentar aquele abraço apertado. Ela sabe que não gosto de comovação nem abraços, respondi tudo bem. Pensando:"Argh! Fui abraçado por alguém num lugar público, não mereço!".

Não gosto de cumprimentos e abraços quando encontro alguém na rua. Fico sem jeito, tenho cara de anti-social, ok?

Melissa* falou que vamos para bar onde o amigo dele tá preparando a festa de aniversário, então fomos lá. Eu já vi aquele cara nas fotos de Orkut, mas pessoalmente, acho ele lindo. Então, resolvi ajudar um pouco para fazer preparativos da festa. Perto das cinco da tarde, despedi do rapaz Fred*, a Melissa* tinha saído antes, pois não estava muito bem e me avisou que vai passar na noite da festa no bar.

Cheguei na casa, direto ao acesso da internet. Bela compulsão. A mãe chegou depois das seis da tarde, avisei-a que vou na festa de aniversário de Fred*. Ela me perguntou de presente. Me lembrei que tem uma loja perto da casa, falei que vou passar. Mas, ela ficou blefando que a loja já deve estar fechada. Eu respondi que ela vai engolir as palavras o que falou. Saí.
A loja está aberta, eu sabia! Fui ver as coisas de decoração como estátuas. Fiquei procurando algo mais legal até quando a atendente mostrou uma caixa de bolinhas de porcelana chinesas. Então, comprei.

Voltei de presente embrulhado. A mãe ficou sem jeito, eu dei um sorriso malvado. Depois das oito da noite, a mãe falou que tem bife de soja na geladeira. Então preparei um sanduíche vegetariano: duas fatias de pão light com bife de soja no meio. E esquentei nas microondas. Comi devagar. Fechei NF de 32 horas, consegui!!!

Depois de tomar um banho e me preparar para sair caminhando até bar de centro, onde ficava a festa de aniversário de Fred*. Antes de entrar no bar, comprei dois maços: Vogue (cigarros fininhos) e L.A sabor cereja.
Encontrei Renato* no bar que havia conhecido na festa GLS. Dei um abraço sem jeito. Ele falou que Melissa* tá cima, área vip. Fui lá, pois tenho pulseira vip. Dei parabéns a Fred e presente também. Encontrei Melissa* e companheira dela sentadas. Melissa* não melhorou ainda?! Bah!
Minutos depois, Fred* apareceu dizendo que adorou meu presente. Ainda bem, todos dizem que tenho jeito melhor pra selecionar presentes, será?
Tinha doces e salgadinhos na área vip. Só peguei quatro docinhos e dois salgadinhos de queijo com azeitona. A maioria dos salgadinhos contendo de cadáver (sempre chamo em vez de frango e carne). Pedi um martini, bebi rápido sem interrupção. Comecei fumar de Vogue algumas vezes.
Veio "Parabéns para você!", isso significa chegou bolo. Nossa! Bolo mais bonito que já vi! Mas, comi só uma fatia. Não caí em compulsão depois de nf, ainda bem!
Melissa* e companheira dela saíram cedo, pois não está bem. Tudo bem! Fui no térreo e encontrei Renato*. Como o bar está totalmente lotado! Fiquei irritado pessoas me empurrando. Comecei a ficar nervoso, falei pra ele que vamos procurar num lugar um pouco aberto.

Tenho claustrofobia, sim!

Continuamos dançar e fumando Vogue. Renato* não para de falar "Eu gosto de você." e "Você me gosta?" até notei os lábios dele mexendo "I want you!". Fiquei rindo sem jeito, um gordo me querendo? Por favor, não quero namorar com um gordo, mas ele é bonito... Não beijamos, pois estarmos num lugar para público hétero. Ele me perguntou se vou na festa GLS no sábado à noite e fez posição "por favor, por favor". Respondi que vou ver.

O maço Vogue acabou em poucas horas, inacreditável. Mas, deixei L.A pra outro dia.

Apareceu um rapaz magro, moreno e bonitinho. Se chama de Luis* Descobri que é D.A (uma pessoa que nasce surda, mas prefere a cultura ouvinte, e não sabe comunicar de Libras, só oraliza). Ainda bem, que ele sabe sinalizar um pouco. Conversamos, conversamos, conversamos. E me contou que já ficou com Renato*, falou que prefere de magros. Concordei também.
Depois houve uma briga feia na área vip acima, eu e Luis* ficamos observando surpresos. Renato* falou que vai subir, tentei impedir... Mas, não deu a bola. As seguranças pediram que o pessoal afasta pra dar uma passagem até a saída. Vi um rapaz bêbado com marcas de sangue carregados às forças de homens. Renato* voltou lamentando de camisa rasgada. Eu e Luis ficamos surpresos a mais e chamamos de maluco. Renato* falou que quer ver mais um briga, dei um beliscão forte na barriga imensa dele pra não fale mais umas bobagens, pronto.
Luis e amigo dele me despediram. Eu e rafa saímos de mesmo táxi, indo para casa. Comecei a me preocupar: "Será que é isso? Não estou com vontade nem preparado!".
Fiquei aliviado depois de ver Renato* me despedindo na frente da casa dele, o táxi me levou até casa minha.

Fazia um grau e meio negativo nas quatro e meia da manhã de sábado.

To be continued...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Estresse pós-traumático

Algum dia eu estava repassando os currículos até a última fábrica. Na última fábrica onde preenchei questionário oferecido pelo RH da empresa. Minutos depois, me chamara para treinamento na área de armazenamento dos produtos. Tive que manusear o carrinho de mão que leva produtos grandes (não sei o nome mesmo, ignorância minha). E utilizar tal de palm que lê códigos das embalagens e dos estantes de armazenamento. Foi bem atrapalhado, porém, útil e rápido o treinamento. O senhor dos RH me pediu que eu voltasse pelas 2 da tarde na outra área. Confirmei. Tive que voltar caminhando até casa perto do meio-dia.

49,45

Durante meio-dia até uma hora da tarde, digitando, editando e imprimindo estatutos, atas e ofícios. Tarefa estressante por causa de computador ficou lerdo no momento. Perto de uma hora e quinze minutos, tive que me apressar ao centro para pegar ônibus da linha distrito industrial. Porém, perdi ônibus. Fiquei louco, de coração batendo forte arfando depois de correr cinco quilômetros. Cheguei na empresa atrasado, eram duas horas e 15 minutos. Tinha muita gente na sala de RH, o homem pediu que eu aguardasse. Fiquei nervoso. Quinze minutos depois, fomos na área tão barulhenta, cheia de pó da madeira e com cheiro da tinta quente: colocar peças de madeiras nas tabelas. Outra tarefa tão horrorosa, entediante e irritante! Fiquei desesperado depois de ver o relógio de parede marcando quatro e meia da tarde. Pois tenho compromissos: ir no cartório de registros civis e reunião de diretoria. Afinal, apareceu a chefe da área me chamou. Mais quinze minutos esperando nos RH! Ele falou-me que vai avisar, em breve, pelo telefone. Agradeci-o e corri o que puder até a próxima parada no bairro vizinho: mais cinco quilômetros. Sentia que meu coração está saindo da minha garganta, corpo tremendo, peito aumentando e diminuindo. Não havia comido nada, eu estava de NF. Consegui pegar ônibus até centro. Estavam seis horas da noite, consegui chegar ao cartório, mais demora. Vieram estatutos corrigidos. Então, tive que ir na parada mais uma vez para universidade, onde ficava a reunião de diretoria.

Cheguei lá pelas seis e meia da tarde, de cara com sorriso forçado, deixava alguém perceber que estou estressado e cansado. Até quase briguei com vice-presidente. Depois das dez da noite, eu fiquei aliviado depois de fumar Marlboro Fresh e desabafei com a Laura*. Ela respondeu que eu não devia levar muito sério na vida social como secretário, e pediu que eu se preocupa com a minha vida particular. Ela estava certa. Quando saí de ônibus na parada perto da minha casa, uns cachorros latiram e com dentes à mostra. Eu fiquei tão irritado até peguei as pedras para jogar neles. Na casa, eu estava cansado, mas não sinto nenhuma sonolência. Tive que comer prato inteiro de feijão com arroz mais dois ovos fritos. Meu estômago doía depois de comer tudo isso.

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Depois de dias geladas com chuvas e ventos vindas de Antártida, eu e Laura* estávamos sentados na sala de contabilidade, depois de passar no banco, a Laura* ficou surpresa sorrindo, sinalizando:

- Você tem covinhas? Não tinha percebido antes.

- Aham!

- Com as covinhas, deixa o rosto gordinho teu.

- Engraçadinha. – Deixei uma careta de não gostar disso

- Ora! Você tá magrinho, e está usando roupa pesada pra fingir um gordo.

Fiquei sem graça, eu ia sinalizar. Fomos interrompidas por uma atendente.

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Na Feira do Livro da cidade, num domingo gelado, fui passar lá por causa de debate sobre leitura com deficiências. Encontrei Rodrigo*, conversamos sem parar. Nós temos em comum: gente culta, gosto pela literatura e cinema. Pena que ele é hetero. (Eu ainda admiro nele, ok? Paixão impossível)

48,90

Minha garganta estava fundida por causa de frio intenso, falta de nutrientes, nicotina e acidez estomacal por uma semana. Agora, tá melhorando, enfim! Eu tinha miado três vezes (acho) com garganta fundida assim, eu estava histérico. O mais bizarro é que eu e mãe almoçamos no restaurante. Eu comi a maior porção de saladas e menor porção de arroz, aipim frito, batata-frita. Depois do almoço, fiquei nervoso. Despedi mãe, pois tinha compromisso com a advogada para assinar nos estatutos. Como o estabelecimento da advogada fica na frente de prédio de Fórum, subi três andares (não entro nos elevadores desde infância, trauma!). Entrei no banheiro e averigüei se está tudo ok. Saiu a maioria da salada no vaso sanitário. Minha garganta ardeu mais. Preciso parar de miar, mas vou tentar o mais possível.

48,40

Eu deixei os estudos de Senai para sempre pois não agüentava daquele curso que não me combina. Era Técnico em Mecânica Industrial. Algum dia bem cedo, a mãe me acordou pelas seis da manhã. A mãe pediu que está na hora de levantar, eu falei que não preciso. Ela perguntou por quê. Eu respondi que desistência de curso. Ela ficou uma fera e dizendo que vai ter conversa séria mais tarde. Ela foi trabalhar, voltei a dormir. Na tardinha, depois de caminhadas com a Laura* (cotidiano de secretária), voltei na casa. A mãe estava deitada na sofá de sala assistindo da TV. E não falou nada mais sobre a desistência, mas deu um panfleto sobre os cursos. Ela deve ter compreendido, pois eu já falei várias vezes sobre a desistências tempos atrás.

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Fiz inscrição do curso de fotografia na capital, vou ficar lá por bom tempo. Até morar! A mãe deixou, eu percebi a cara dela assim "meu filho único vai embora...". Problema dela! Ela tem que aceitar a realidade. Gozado! Estou com planos para capital: cursos e emprego. Moradia? Não tem problema, pois vou morar com a tia chata. Haja paciência a mais.

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Ontem, eu e mãe fomos ao centro para ver o casaco comprido, que os homens executivos usam, nas lojas. Eu fiquei irritado ao saber que os casacos compridos são feitos de tecido animal: lã. Eu perguntei se tem um de algodão puro. A mãe acha uma frescura minha, começamos a discutir no meio da loja. Eu chamei-a de cabeça fechada e ela me chamou de bobo burro. O atendente da loja ficou sem jeito, falei que não vou comprar. Fomos embora... Mas, hoje, a mãe comprou casaco comprido com metade de algodão e lã, mais colete de lã (ESCANDÂLO! EU RECUSEIII DE USAR!). Pedi uma calça skinny feminina, mas a atendente pegou masculina. Ficou um pouco diferente comigo, prefiro de feminina. Mas, a mãe comprou essa. Na volta pra casa, a mãe reclamou pelo preço da calça R$ 120,00. Eu achei absurdo o preço do casaco R$ 240,00 mais colete de lã R$ 69,00. Pior é que a mãe falou vai devolver calça skinny na semana que vem, talvez. Se for devolvida, vou comprar na capital, falei e pronto!

48,30

Estou em NF desde meio-dia de hoje, como tenho compromissos com presidente e 2ª secretária no meio-dia nos cartórios e banco para entregar atas e estatutos finalizados. É melhor que me deixara prolongar meu NF até tardinha de amanhã, quem sabe.

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Os relatos são de dias aleatórios. Sei que a postagem está confusa, ah... Pior é que analisei várias vezes nesta postagem, tudo por minha obsessão de perfeição...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Cotidiano "normal"


Os dias no subúrbio já não têm sido mais tão contestáveis, e sabe, isso não é bom, na verdade isso é péssimo, porque mostra que as suas convicções vão sendo deixadas para trás lentamente.
Acordo por volta das seis da manhã todos os dias, exceto aos sábados e domingos, um copo de leite não me anima mais, tão pouco os dias cinzas que outrora me faziam feliz. Deus não está mais na chuva, ele nunca esteve aqui para ser bem sincero

As ruas se tornam tão insuportáveis, os caminhos a percorrer todos os dias é um martírio. É detestável estar aqui, este lugar tão cheio e tão vazio.
Olho para céu escuro e nublado, enquanto, algumas gotas de chuva pingam nas pontas de guarda-chuva, e vejo uma cidade desgraçada e mesquinha.

As pessoas não dizem nada, e quando dizem, não é verdade. As manhãs já não são mais toleráveis. Todo conteúdo adquirido parece não ter tanta utilidade agora, minha mente nunca esteve tão decrépita.
D costuma esperar mais de mim, e eu não posso ser eloquente o suficiente para dizer o que deve ser dito. D é um transtorno, e pensar que para você eu já revelei tantas coisas.
Hora do almoço, um evento desagradável, te faz pensar que parte do dia se foi, e você não conseguiu ter vida, você apenas saiu da sua cama.
Como conseguir comer ao mesmo tempo em que há um miserável sujo e sem identidade na calçada, e que, provavelmente irá se tornar mais um marginal a ser detestado?

A tarde começa a dar os seus primeiros indícios de quê nada mais está valendo a pena, quando o sol está intenso é pior, dependendo da ocasião, embora os dias tenham sido de céu nublado, ainda assim a vida não se faz presente em mim.
Tédio não é mais uma palavra sensata, eu queria sentir tédio, estaria feliz se sentisse isso.

O fim da tarde começa a cair, nostalgia e alívio dão os primeiros passos, ainda que não exista evolução.
A volta para casa costuma ser pior, e é estranha essa condição, uma vez que acordar é a pior parte.

Em casa, a briga com a mãe parece ter um significado além do normal, ela só não é melhor porque junto carrega uma imensa perturbação.
O ponteiro do relógio mexendo é cada minuto destruído, já marca dez horas da noite, acabei de tomar banho, estou tão cansado, mas ainda não consigo dormir, há algo errado.