domingo, 11 de dezembro de 2011

Lembranças sem fim

O rapaz disse que tudo ia melhorar se for esquecer dos momentos com o cara de teatro com que tinha relacionado por um bom tempo...

Mas estava enganado.

Ele se encontra irritado no fim do quarto semestre, mesmo que tenha sido aprovado em quase todas as cadeiras, só que pegou apenas um exame. O que deixou o rapaz irritado? Foram as lembranças que não deixaram de desaparecer, resposta cruel.
Teve que mentir para outras pessoas que lhe fizeram uma pergunta:
- Mas você não sente falta dele?
Ele sempre responde a unissona resposta: não.
No fundo, ele está sentindo saudades mesmo. Mesmo depois de ter passado tudo isso como a descoberta inesperada de que ele estar namorando com outra pessoa enquanto relacionavam.

Além das lembranças que o rapaz guarda, tem fumado Marlboro Blue Ice (cigarro preferido do cara) todo dia, esbarra com o cara algumas vezes nos arredores da universidade e do restaurante universitário e sempre passa na frente do bloco 21 onde o cara mora enquanto o rapaz mora no 24. Basta apenas alguns passos para ele poder dizer tudo o que sentia ao cara do teatro! Mas é totalmente impossível, pois não quer se machucar novamente depois de tudo isso.

Sonhos, fumaça de baseados, compulsões e muitas ressacas resumem o cotidiano do rapaz perdido no meio das lembranças mal-sucedidas.


- Psiu! Você está no mundo da lua, guri?
- Hã? Oi!... Só estou filosofando, tudo bem? - apaga cigarro no chão.
- Estou bem... vamos dar uma volta? - sorri o cara.
- Devo aceitar?
Deu uma mão como um convite. E foram caminhando nos arreadores da universidade.