segunda-feira, 20 de dezembro de 2010






É que estou fazendo assim.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Day 2 - Your Crush

F*,

Enquanto eu estava apreciando o ambiente escuro do DCE lotado da gente dançando diante das vibrações do rock, você surgiu do nada. Me atraiu, mas esperei para ver se dá ou não.
Você aproximou para mim, meu coração começou a bater forte. Você começou a cochichar no meu ouvido, eu pedi desculpas por não poder escutar por ser surdo. Você percebeu e tentou sinalizar. Fiquei vermelho de tanto timidez, mas aceitei.
Teu jeito desajeitado, suas roupas típicas de nerd, seus óculos e a barba rala não me impediram a te atrair, ainda mais que seu beijo me deixou tão bobo. Sério!

Depois do beijo demorado, fiquei chateado quando você teve que sair. Gostaria de continuar conversando contigo, mas tudo bem. Tinha perdido sono quando voltei na casa, foram 42 horas sem dormir. Nem sabia que a paixão causa insônia.

Combinamos para encontrar novamente. Nossa! Foram bons encontros... tomamos café, trocamos livros, discutimos sobre os filmes. E claro, nossas noites quentes.
Adorei quando você faz poesias instantâneas para me animar, não sei como você consegue me deixar tão vivo. Até parecia que minha vida melhorou muito depois de conhecer você.

Gostei muito quando você me pediu a ensinar língua de sinais para comunicarmos. Ainda lembro a primeira frase em sinais que eu te ensinei foi "Eu te adoro, meu poeta".

No dia nublado e abafado, resolvi fazer uma visita-surpresa na tua casa. Percebi que cheguei na hora errada, você tentou dizer que está tudo bem. Minutos depois, você chorou e eu te abracei. Desabafou algo que me deixou preocupado, eu queria teu bem e tinha dito que vai conseguir livrar daquele ferimento que te deixou machucado.
Depois do nosso último encontro, não consegui segurar o choro.

Meses depois, fiquei surpreso depois de te ver na outra balada. Mas você não me viu, tive que observar escondido. Você não estava divertindo e eu estava bêbado. Senti a dor no meu peito, e tive que chorar escondido no banheiro fedido.

Última vez, também na balada, finalmente, demos oi depois de um longo tempo. Abraçamos forte. Você sorriu de forma desajeitada, e eu dei um sorriso como se fosse não tinha feito nada. Mas não conversamos. Fiquei chateado, sabe.

Meus amigos falam que eu devo esquecer de você. Algumas vezes ainda lembro de ti enquanto observo um livro biográfico de Machado de Assis, que você tinha me dado no encontro, no estante. Tuas poesias e frases do teu poeta favorito Caio Fernando nos depoimentos que você tinha me enviado, tive que salvar nos documentos para poder ler em alguma hora.

Estudamos nos prédios vizinhos, sei que vamos continuar esbarrando em algum lugar da universidade enquanto observo que como você está emagrecendo devido aos antidepressivos. E algumas vezes passo na frente da tua casa, tomando um destilado, com a esperança de ter uma conversa contigo. Não quero que você me veja como um problemático, por favor. Só que estou, perdidamente, apaixonado por ti.

Ah! Fiz um desenhos sobre nós há muito tempo. Saiu meio tosco. Ficou guardado na minha mochila até agora!




Não imagina quanta dor que eu sinto enquanto escrevendo a carta aqui. E com vontade danada de chorar. Não sei se vamos reatar ou não...

Ainda te gosto e te adoro!

Um abração forte e beijos,
G*