quarta-feira, 22 de julho de 2009

Voltei

Acordei, vi o visor de celular. Eram 8:55. Puta que pariu! Tenho que me preparar para sair.

Tomei um bom banho, porém, bem rápido, arrumei-me e saí sem tomar desjejum. 9:20

Durante o caminho, comprei maço Vogue. Suspirei entre baforadas depois de quase um mês sem fumar. 9:45

Entrei no CAPs bem na hora. 9:55

A psicóloga me chamou para entrarmos na sala. 10 horas

Ela perguntou-me o que fiz algo de bom em Porto Alegre durante 3 semanas. Respondi que fiz curso de fotografia. Blá-blá...

E perguntou a mais o que eu tenho planos para seguir ao futuro. Comecei a pensar, pensar, pensar que nem uma mula! Eu fiz uma carinha de ironia e respondi: emagrecer! Respondi que peso de 53 e pretendo chegar aos 45 quilos.

Ela ficou chateada quando eu disse isso e olhou -me para ver se estou magro mesmo. E disse que estou magro demais. Sei, porra! Pensei.

Mas, mudando de assunto, falei que estou aguardando a resposta de FIERGS sobre o curso de auxiliar administrativo em capital. Se der sim, vou ter que morar lá por 5 meses. Ela se alegrou e disse que tá torcendo.

Deu uma certa preocupação: alimentação lá. Como a minha tia não sabe cozinhar, só compra comida pronta e guloseimas. Ela disse que não devo preocupar e falou ainda que posso pedir uma educação alimentar.

Ainda mais dizendo que estamos trabalhando, a partir de agora, para que eu possa fortalecer bem estar mental e físico a mais.

Eu ia contar sobre sonho, mas o tempo acabou. Devia contar isso no começo, mas falei de outro assunto. Covarde! (Explicarei melhor na próxima postagem.)

Saí de CAPs, acendi um cigarro e comecei a sorrir.

Estou no meio caminho alcançado, enfim.

E passei na padaria, pedi um café puro e comecei a sentir estômago roncando. Sorri mentalmente. Estou em NF...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sobrevivendo em capital

Depois de passar longe do meu blog, então tive a oportunidade de postar...
No primeiro dia em que cheguei na capital, depois de sair do shopping onde a amiga da minha tia trabalha, eu estava prestes a caminhar para curso. De repente, fui abordado por meninos, não entendia do que eles estavam dizendo, mas deu pra perceber que é uma tentativa de assalto. Eles queriam roubar da mochila, resolvi a correr. Tive que atravessar na avenida movimentada mesmo driblando carros passando pelas 4 vezes. Olhei atrás e percebi mais duas pessoas foram agrupadas. Comecei a desperar. Minhas pernas estavam doendo, mas não querem parar. Corri para outra direção, olhei atrás e percebi que eles haviam desistindo. Continuei correndo até prédio do curso. Fiquei de boca seca e coração batendo rápido demais.
Um ataque de fobia social inesperado.
Durante a primeira aula do curso, eu comecei a ficar bem tranquilo até como fosse não tivesse acontecido. E voltei de táxi por preocupação na noite das 9. As tias não sabem e nem saberão pelo o que aconteceu.
Ao passar do tempo, o curso de fotografia analógica está bem legal, porém, eu e a professora tivemos que dar os bilhetes para entender melhor.
Anteontem, fui na saída de prática para tirar umas fotos. O local da prática era o Mercado Público de Porto Alegre, no começo não foi uma moleza: tirar umas fotos no meio da multidão. Mas, no final, consegui tirar umas 36 poses.
Achei que ia controlar bem a alimentação durante a estadia em capital, me enganei. A tia exagerou: comprou guloseimas demais. Não pude evitar, acabei comendo DEMAIS. Mesmo assim, tenho seguido a alimentação vegetariana com muita força.
Então resolvi a me pesar depois de um longo tempo. Me suspirei depois de ver o peso obtido, ENGORDEI! De 48 para 53 quilos inacreditáveis!
Mesmo ainda jogo a comida do almoço na privada quando fico sozinho em apartamento da tia. A garganta tá ficando cada vez mais irritada. Achei que fosse o efeito causado pela poluição, descobri que é gripe está chegando. Fui vasculhar na gaveta dos remédios, não tinha remédio para gripe, então tomei paracetamol.
Sinceramente, não sei se é bom para mim... Não vejo a hora de voltar ao interior esta semana, porque eu preciso falar umas coisas com a psicologica. Sei que vou emagrecer mesmo tentando lutar contra o transtorno alimentar...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Consulta tensa

Eu estava bem ansioso, hoje era o dia de consulta. Notei minha mãe se arrumando e perguntei onde ela vai sair. Respondeu-me que vai sair comigo para a consulta.

Fiquei azedo.

Então fomos no prédio de CAPS. Aguardamos um pouco e fomos chamados para entrar na sala de psicológa. Ela começou a falar. Pedi desculpas, a mãe começou a falar pra ela que sou surdo. A psicológa ficou surpresa.

Ela tentou falar bem claro para que eu possa ler lábios melhor, mas a mãe atrapalhou. Fiquei calado na maioria do tempo.

Isso piorou a mais... A psicológa falou que estou magro demais. Eu fiz uma pergunta: - Tu acha que sou magro demais? Ela respondeu que sim.

Fiz cara de descaso.

E me perguntou se estou satisfeito com meu corpo. Eu fiquei ruborizado, eu devo responder na frente de mãe?
Então, tive que enrolar. Daí a mãe me olhou bem torto. A psicologa me perguntou quanto tempo que não como carne, pois a mãe falou que fiquei radical ao escolher vegetarianismo, respondi que vai fazer 5 meses. A mãe disse que devo comer carne duas vezes por semana. Eu discordei, começamos a discutir, a psicologa ficou sem jeito.

Hora errada para falar sobre transtorno alimentar na primeira consulta, tudo por causa daquela vaca da mãe.

Continuei calado, fiquei olhando na janela. Quando voltei na realidade depois de mãe me cutucar dizendo que sou igual. Igual de quê, perguntei várias vezes.

Ela começou a chorar. Fiquei sem graça. Clima bem tenso! Preferi não ver naquele momento.

Quando a mãe levantou para sair da sala, a psicologa avisou-me é a hora de conversar entre duas pessoas e foi buscar papéis para escrever.

Então, expliquei porque de estar triste, mas a psicologa me pressionou a falar o motivo principal de estar deprimido. Então, desabafei que eu era uma criança feliz até obesidade chegar. Fiquei gordo de 8 até 13 anos de idade. Ainda mais contei que comecei a emagrecer aos 13 anos.
Ela me perguntou mais uma vez se estou realmente satisfeito com meu corpo. Respondi barriga e peito que não foram ótimos no meu corpo.

Ela me fez outra pergunta se eu fico bem sozinho no meio da aglomeração de gente ouvinte. Eu respondi que sentiria como um peixe fora d'água e sentiria bem comunicando com as pessoas surdas. Ela compreendeu.

A psicologa suspirou, escreveu no papel "anorexia" e me olhou de cara séria. Disse que é a primeira vez conversando com um jovem surdo e anoréxico, e que devo fazer umas decisões e caminhos para eu sentir bem.

Fiquei sem palavras.

Ela avisou que o tempo terminou e falei que a próxima consulta pode ser a partir de dia vinte de julho, pois vou ficar na capital por duas semanas.

A mãe falou que vamos almoçar no restaurante. Eu fiz uma cara de mal-humorado, mas fomos lá. Depois de comer, eu ia levantar para banheiro, mas a mãe se levantou dizendo que vamos embora. Fiquei irritado.

A consulta foi bem tensa. Hoje foi pior dia que já tive!