Ontem, um pouco cansado depois das aulas, notei um bilhete grande na mesa de cozinha. Percebi que é muito sério. Fui ler.
Fiquei de cabeça quente, mão agitados e coração batendo forte depois de ler.
Eis o bilhete...
Léo, quero que você me responda com toda sinceridade do seu coração, ok.
Você ainda está vomitando após as refeições ainda?
Porque eu sei que alguns meses atrás você estava vomitando tudo o que comia.
Quero que você fala a verdade para mim. Sou sua amiga e não quero ver você entrando nessa roubada de novo.
A vida é bela, temos que nos amar muito e agradecer cada dia, pela nossa alimentação, pela saúde, pelos amigos, pela nossa família, porque ela é nosso alicerce para tudo na nossa vida. Você é uma pessoa inteligente, esperta e vai conseguir tudo o que almeja na sua vida, um bom trabalho, um bom sálario, uma faculdade e até seu apartamento, sabia.
Então não gostaria de ver você se torturando à toa, você pode dizer pra si mesmo que você é muito feliz agora.
Quero que você saiba tudo que você queira falar e se estiver com vontade de falar algo que te aborrecendo, fale comigo ou com a tia, por favor! Podemos te ajudar, ou encontraremos juntos ajuda para você ir na psicóloga ou psicoterapeuta como quiser, mas não deixa de falar comigo e com tia sua.
Porque eu ficaria muito triste com você se soubesse que está vomitando, sabe porque eu preparo seu almoço com muito carinho todos os dias e eu sei que é alimentação saúdavel de verdade! Então não vale a pena comer e colocar tudo fora em seguida, além de custar mais dinheiro.
Só estou preocupada com sua saúde.
Obrigada, e eu sei que você vai entende a minha preocupação, porque gostamos muito de você.
Um beijo.
Foi como uma tapa de rosto, guardei um bilhete no meu bolso e almoçei.
Fiquei pensando nisso por um bom tempo. Até recebi umas respostas dos meus amigos dizendo que devo aceitar a mão que ela estendeu para mim.
Hoje eu estava a prestes de sair para curso, ela mostrou um pequeno bilhete pra eu ler:
Leu o bilhete e pensou muito? Então sim ou não? Me responda, por favor!
Respondi apenas não.
Saí, acendi um cigarro. De repente, as gotas começam a cair em cima de mim. Começou a chover forte, abri uma guarda-chuva e caminhei nas ruas até a parada. Vi um reflexo meu no vidro molhado da vitrine.
Um rapaz triste e esquálido segurando uma guarda-chuva.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Realidade crua
A tia me convidou para fazer uma caminhada. Aceitei imediatamente. Comecei a sentir dor do peito enquanto caminho bem rápido ao lado da tia. Ela notou o meu cansaço debilitado e me perguntou se estou bem. Respondi que estava tudo bem.
Voltei com pés cheios de bolhas e dor intenso do peito.
No outro dia, depois do curso, vi um bilhete de outra tia deixou na mesa de cozinha, dizendo que o dia está lindo e sugerindo que eu possa passear. Então, fui a caminhar nas ruas de Porto Alegre com pés totalmente machucados. Depois de duas horas sem beber nada, quase desmaiei no meio do parque, mas fui a sentar na banca e tirei os tênis. Me surpreendi depois de ver meus pés já sangrando aos poucos, mas não me deixou preocupado. Trinta minutos depois, calçei tênis e voltei a caminhar na volta para casa das tias, sentindo pés ardendo de tanto dor.
Já cansado de tanta caminhada, preparei umas almôndegas de soja com a amiga da tia para a festinha de despedida da professora. Ela disse que estou preparando muito bem, embora que eu seja cozinheiro de meia-tigela.
Hoje, no meio da aula, eu e colegas trouxemos comes e bebes para a surpresa da professora. Mesa já posta, observei meus colegas pegando almôndegas de soja. Eu sentia um leve prazer de orgulho quando meus colegas descobriram que preparei essa comida até perguntaram a receita.
Tive que comer os doces oferecidos pelas colegas.
Depois do curso, no dentro de ônibus, meus colegas perceberam que não estou bem e falaram que meu rosto está muito pálido.
Eu estou triste e com azia forte, por ter consumido comida da festinha e não ter miado.
Uma colega minha me perguntou o que houve comigo, eu respondi que não tem nada de errado. Não satisfeita, ela me pressionou para obter a minha resposta. Mas falei que é particular e nada de mais. Ela decidiu não me incomodar mais.
Caminhei cabaleado nas ruas cheias de pessoal até chegar o edifício. Vi um bilhete na mesa de cozinha.
Alimenta bem, por favor!
Suspirei, sentei na sofá e tirei tênis. Meus pés estão com cicatrizes e percebi que meus braços estão cada vez mais esquálidos.
Voltei com pés cheios de bolhas e dor intenso do peito.
No outro dia, depois do curso, vi um bilhete de outra tia deixou na mesa de cozinha, dizendo que o dia está lindo e sugerindo que eu possa passear. Então, fui a caminhar nas ruas de Porto Alegre com pés totalmente machucados. Depois de duas horas sem beber nada, quase desmaiei no meio do parque, mas fui a sentar na banca e tirei os tênis. Me surpreendi depois de ver meus pés já sangrando aos poucos, mas não me deixou preocupado. Trinta minutos depois, calçei tênis e voltei a caminhar na volta para casa das tias, sentindo pés ardendo de tanto dor.
Já cansado de tanta caminhada, preparei umas almôndegas de soja com a amiga da tia para a festinha de despedida da professora. Ela disse que estou preparando muito bem, embora que eu seja cozinheiro de meia-tigela.
Hoje, no meio da aula, eu e colegas trouxemos comes e bebes para a surpresa da professora. Mesa já posta, observei meus colegas pegando almôndegas de soja. Eu sentia um leve prazer de orgulho quando meus colegas descobriram que preparei essa comida até perguntaram a receita.
Tive que comer os doces oferecidos pelas colegas.
Depois do curso, no dentro de ônibus, meus colegas perceberam que não estou bem e falaram que meu rosto está muito pálido.
Eu estou triste e com azia forte, por ter consumido comida da festinha e não ter miado.
Uma colega minha me perguntou o que houve comigo, eu respondi que não tem nada de errado. Não satisfeita, ela me pressionou para obter a minha resposta. Mas falei que é particular e nada de mais. Ela decidiu não me incomodar mais.
Caminhei cabaleado nas ruas cheias de pessoal até chegar o edifício. Vi um bilhete na mesa de cozinha.
Alimenta bem, por favor!
Suspirei, sentei na sofá e tirei tênis. Meus pés estão com cicatrizes e percebi que meus braços estão cada vez mais esquálidos.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Esperança cética
Caminho nas escadas até o sétimo andar, abro a porta do apartamento e encontro a comida já posta na mesa com um bilhete escrito por amiga da tia.
"Hoje fiz almoço vegetariano, que é especial para ti. Espero que goste. Tem um suco natural na geladeira. Até a noite. Beijos"
Me deixa um pouco feliz e chateado ao mesmo pelo o que a amiga respeita a minha opção muito bem até prepara tanta comida gostosa e saudável, porém calórica.
Eu tento alimentar o prato preparado por ela, mas os pensamentos anoréxicos estão atrapalhando comigo. Sem pensar duas vezes, levo prato até o banheiro, onde jogo comida no vaso sanitário e dou uma descarga.
Essa comida tão boa e saudável se foi na privada. Porque eu fiz isso? - pensei, enquanto meus olhos se lacrimejam.
Quando a tia e a amiga dela voltaram do trabalho me perguntaram se eu gostei do almoço. Respondi mentindo que gostei muito.
Mentir para elas me doí muito...
Algumas vezes, escapando dos pensamentos anoréxicos, comi pratos e lanches vegetarianos, horas depois fico na crise dístimica. Minhas tias (chamo a amiga dela de tia) me perguntam o que houve comigo depois de verem meu rosto desfigurado de tanta tristeza. Tento acalmar elas dizendo que está tudo bem.
Nas noites eu tento imaginar alguma coisa feliz, deitado na cama, e no final sempre acabo com olhos molhadíssimos.
O curso está ficando mais legal. Tem um certo incomôdo: intervalo do curso com direito de um lanche e bebida de graça. Eu peço café puro até coca zero, lanches poquíssimas vezes! Meus colegas me olharam segurando uma lata de coca zero, enquanto fumando. E comentaram que estou magro demais.
Certo dia, saímos para pegar ônibus depois do curso, dei um toque leve no meu colega cego para conversar com as mãos. Ele disse que minhas mãos e braços são muito esqualidas, fiquei perplexado. Outra colega nos viu e concordou com ele.
Saiu puro suco gástrico no vaso de banheiro do curso, queimou a minha garganta, sentei no chão e chorei.
Quero estar feliz! Esta frase apareceu, depois de balões estourarem, foi escrito por mim durante a aula de psicologia do curso em que a professora propos colocar umas mensagem anônimas em balões. Acredito que existe uma esperança, porém estou ficando cético...
"Hoje fiz almoço vegetariano, que é especial para ti. Espero que goste. Tem um suco natural na geladeira. Até a noite. Beijos"
Me deixa um pouco feliz e chateado ao mesmo pelo o que a amiga respeita a minha opção muito bem até prepara tanta comida gostosa e saudável, porém calórica.
Eu tento alimentar o prato preparado por ela, mas os pensamentos anoréxicos estão atrapalhando comigo. Sem pensar duas vezes, levo prato até o banheiro, onde jogo comida no vaso sanitário e dou uma descarga.
Essa comida tão boa e saudável se foi na privada. Porque eu fiz isso? - pensei, enquanto meus olhos se lacrimejam.
Quando a tia e a amiga dela voltaram do trabalho me perguntaram se eu gostei do almoço. Respondi mentindo que gostei muito.
Mentir para elas me doí muito...
Algumas vezes, escapando dos pensamentos anoréxicos, comi pratos e lanches vegetarianos, horas depois fico na crise dístimica. Minhas tias (chamo a amiga dela de tia) me perguntam o que houve comigo depois de verem meu rosto desfigurado de tanta tristeza. Tento acalmar elas dizendo que está tudo bem.
Nas noites eu tento imaginar alguma coisa feliz, deitado na cama, e no final sempre acabo com olhos molhadíssimos.
O curso está ficando mais legal. Tem um certo incomôdo: intervalo do curso com direito de um lanche e bebida de graça. Eu peço café puro até coca zero, lanches poquíssimas vezes! Meus colegas me olharam segurando uma lata de coca zero, enquanto fumando. E comentaram que estou magro demais.
Certo dia, saímos para pegar ônibus depois do curso, dei um toque leve no meu colega cego para conversar com as mãos. Ele disse que minhas mãos e braços são muito esqualidas, fiquei perplexado. Outra colega nos viu e concordou com ele.
Saiu puro suco gástrico no vaso de banheiro do curso, queimou a minha garganta, sentei no chão e chorei.
Quero estar feliz! Esta frase apareceu, depois de balões estourarem, foi escrito por mim durante a aula de psicologia do curso em que a professora propos colocar umas mensagem anônimas em balões. Acredito que existe uma esperança, porém estou ficando cético...
sábado, 5 de setembro de 2009
Crise de pânico
Voltei do curso e encontrei um bilhete na mesa de cozinha
Fiquei intrigado. E almoçei bife de soja, arroz integral, feijão e salada de soja. Minutos depois deu-me uma culpa mísera.
Fui no banheiro, miei o resto da salada, muito menos arroz e feijão. Depois ataquei barrinhas de chocolate e consegui miar, mas feijão com arroz não saíram ainda de segunda mia.
Me deu um grande desespero. E aconteceu um ataque de pânico: taquicardia, falta de ar e corpo agitado. Minutos depois, me acalmei aos poucos, fui no sebo e fiquei lendo os livros da psicologia para esquecer a tensão.
Então, na noite a tia voltou do trabalho. Resolvi perguntar sobre bilhete tão estranho. Ela explicou que não colocou sal, pois exagerou sal nas refeições anteriores. Tentei rir de qualquer forma.
Minha garganta está totalmente fudida!
Você pode comer sem medo de ser feliz.
Fiquei intrigado. E almoçei bife de soja, arroz integral, feijão e salada de soja. Minutos depois deu-me uma culpa mísera.
Fui no banheiro, miei o resto da salada, muito menos arroz e feijão. Depois ataquei barrinhas de chocolate e consegui miar, mas feijão com arroz não saíram ainda de segunda mia.
Me deu um grande desespero. E aconteceu um ataque de pânico: taquicardia, falta de ar e corpo agitado. Minutos depois, me acalmei aos poucos, fui no sebo e fiquei lendo os livros da psicologia para esquecer a tensão.
Então, na noite a tia voltou do trabalho. Resolvi perguntar sobre bilhete tão estranho. Ela explicou que não colocou sal, pois exagerou sal nas refeições anteriores. Tentei rir de qualquer forma.
Minha garganta está totalmente fudida!
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Uma passadinha no inferno
Depois de uma semana estando em capital, resolvi dar uma passadinha na minha cidade natal para matar saudades com meus animais de estimação e rever meus amigos.
Quando cheguei na casa dos pais, já começou a discussão diária por causa de alimentação...Eu estava teclando com amigos no messenger em plena noite da sexta, a mãe perguntou-me qual jantar que eu queria: comida ou lanche. Respondi não mexendo cabeça.
Ela ficou furiosa, começou a falar que estou magro de ossos até apertou meu braço. Eu fiquei furioso pela reação dela, pragueijei-a para inferno. Mas, mesmo assim, jantei na frente dos pais para não piorar o clima.
No dia seguinte, minha mãe foi visitar na outra cidade com a irmã dela. Meu pai estava na casa, tomei iogurte no desjejum. Saí caminhando para a casa da amiga, no outro lado da cidade, onde vai ter a festa de aniversário dela. O tempo estava quente, estou de roupa típica para outono e nem almoçei.
Como eu me prometi que vou comer uma fatia de bolo só, mas extrapolei demais. Até falei com as minhas melhores amigas que preciso emagrecer, elas me xingaram que tenho cabeça pequena. Fiquei ofendido, afinal, decidi a não falar mais sobre isso com elas.
Depois de aniversário, fui na concentração surda em boliche à noite fresca. Durante um bom tempo, senti meu estômago roncando. Eu queria ficar de NF, mas... Fui no bar com as duas amigas e pedi um xis vegetariano (sou vegetariano faz sete meses).
Acordei perto de meio-dia do domingo, depois de chegar na casa pelas 4 horas de manhã. A mãe reclamou pra caramba. Não aguentei ficar vendo a mãe reclamando assim.
Última refeição com pais se realizou com conflitos...
Antes de ir para rodoviária, o pai pediu-me um abraço. Achei muito estranho, pois ele e eu não demos muito bem desde minha infância. Então, dei um abraço mal-feito. A mãe observou naquela cena inédita e ficou feliz.
Na rodoviária, a mãe perguntou alguma coisa pra eu comer durante a viagem para capital. Respondi somente bebida. Ela nem hesistou.
Fiquei lembrando dos momentos em que passei na infância, enquanto vendo a placa dizendo que faltam alguns quilômetros para chegar em capital:
No jantar com os pais, a mãe colocou um pratinho de comida. Eu fiz uma carinha de quem não gosta a comida.
A mãe disse que devo ficar forte se eu comer todo o pratinho.
Acreditei no que ela disse durante os últimos anos.
E tornei obeso de oito anos.
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