segunda-feira, 20 de dezembro de 2010






É que estou fazendo assim.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Day 2 - Your Crush

F*,

Enquanto eu estava apreciando o ambiente escuro do DCE lotado da gente dançando diante das vibrações do rock, você surgiu do nada. Me atraiu, mas esperei para ver se dá ou não.
Você aproximou para mim, meu coração começou a bater forte. Você começou a cochichar no meu ouvido, eu pedi desculpas por não poder escutar por ser surdo. Você percebeu e tentou sinalizar. Fiquei vermelho de tanto timidez, mas aceitei.
Teu jeito desajeitado, suas roupas típicas de nerd, seus óculos e a barba rala não me impediram a te atrair, ainda mais que seu beijo me deixou tão bobo. Sério!

Depois do beijo demorado, fiquei chateado quando você teve que sair. Gostaria de continuar conversando contigo, mas tudo bem. Tinha perdido sono quando voltei na casa, foram 42 horas sem dormir. Nem sabia que a paixão causa insônia.

Combinamos para encontrar novamente. Nossa! Foram bons encontros... tomamos café, trocamos livros, discutimos sobre os filmes. E claro, nossas noites quentes.
Adorei quando você faz poesias instantâneas para me animar, não sei como você consegue me deixar tão vivo. Até parecia que minha vida melhorou muito depois de conhecer você.

Gostei muito quando você me pediu a ensinar língua de sinais para comunicarmos. Ainda lembro a primeira frase em sinais que eu te ensinei foi "Eu te adoro, meu poeta".

No dia nublado e abafado, resolvi fazer uma visita-surpresa na tua casa. Percebi que cheguei na hora errada, você tentou dizer que está tudo bem. Minutos depois, você chorou e eu te abracei. Desabafou algo que me deixou preocupado, eu queria teu bem e tinha dito que vai conseguir livrar daquele ferimento que te deixou machucado.
Depois do nosso último encontro, não consegui segurar o choro.

Meses depois, fiquei surpreso depois de te ver na outra balada. Mas você não me viu, tive que observar escondido. Você não estava divertindo e eu estava bêbado. Senti a dor no meu peito, e tive que chorar escondido no banheiro fedido.

Última vez, também na balada, finalmente, demos oi depois de um longo tempo. Abraçamos forte. Você sorriu de forma desajeitada, e eu dei um sorriso como se fosse não tinha feito nada. Mas não conversamos. Fiquei chateado, sabe.

Meus amigos falam que eu devo esquecer de você. Algumas vezes ainda lembro de ti enquanto observo um livro biográfico de Machado de Assis, que você tinha me dado no encontro, no estante. Tuas poesias e frases do teu poeta favorito Caio Fernando nos depoimentos que você tinha me enviado, tive que salvar nos documentos para poder ler em alguma hora.

Estudamos nos prédios vizinhos, sei que vamos continuar esbarrando em algum lugar da universidade enquanto observo que como você está emagrecendo devido aos antidepressivos. E algumas vezes passo na frente da tua casa, tomando um destilado, com a esperança de ter uma conversa contigo. Não quero que você me veja como um problemático, por favor. Só que estou, perdidamente, apaixonado por ti.

Ah! Fiz um desenhos sobre nós há muito tempo. Saiu meio tosco. Ficou guardado na minha mochila até agora!




Não imagina quanta dor que eu sinto enquanto escrevendo a carta aqui. E com vontade danada de chorar. Não sei se vamos reatar ou não...

Ainda te gosto e te adoro!

Um abração forte e beijos,
G*

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Tentei sorrir, mas não consegui


Fico observando, sem entender nada, nas palestras do congresso internacional, enquanto fico pensando o que vai ser de amanhã. Mesmo querendo estar longe da comida, gorduras e tais. Mas sempre acaba em ficar com os amigos para sentir uma ótima integração através da merda da comida.

Florianópolis guarda os acontecimentos ótimos e piores. Me fez sentir mudado como se fosse tivesse acontecido algo inesperado comigo, sei lá.
Me diverti muito diante dos participantes estrangeiros na festa chique, enquanto gasta horrores com as bebidas importadas sem ter nenhuma preocupação em contar as calorias, vendo gente divertindo, enquanto tenta tirar as fotos sobre as pessoas desconhecidas para perder a timidez.

Me sentia bem estrangeiro, até que rendeu as perguntas das outras pessoas se eu moro em algum ótimo país que não seja a merda do Brasil.

Eu queria sorrir, mas meu sorriso saiu mal-feito. Queria estar feliz, mas minha infelicidade ainda está presente. Queria estar magro, mas não estou satiseito. Queria ser esforçado, mas a merda da procastinação ainda me atrapalha.

Meu mundo desabou quando uma pessoa me perguntou: - Algumas vezes eu fiquei te observando como você come muito de forma rápida e ainda continua magro. Me desculpe pela ofensa, você vomita?

Eu não vomito faz um ano. Eu devia estar feliz com isso, mas os ponteiros da balança continuam aumentando.

Pois é, Florianópolis reservou um lugar para eu chorar e para sentir a maresia sozinho.

Eu devia desabafar melhor, mas sempre saí confuso. Tudo a graças de um cérebro confuso.


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Santa loucura

Vejo coisas inexistentes quando fico bem.

Vejo coisas reais quando fico triste.

Observo as pessoas inexistentes, enquanto meu estômago roncando dolorosamente.





terça-feira, 2 de novembro de 2010

É tão duro viver na realidade

Os dias passaram... o quarto se encontra bagunçado, entre as coisas que deviam estar prontas: as entrevistas, resumos, trabalhos e análises. O odor está presente neste ambiente é bem forte e típico de álcool, cigarros e perfume. Tudo misturado. Até deixa o certo ponto de causar ojeriza.
Enquanto isso, o rapaz está deitado no chão sujo de tanta poeira e com o grande acumulo das roupas sujas, isso causará um grande escândalo quando algum parente dele for visitar.
O rapaz está totalmente perdido em uma decisão, inacabada: continuar estudos ou travar? Ele sente que esse curso não é de seu tipo nem objetivo para ter uma profissão que sempre sonhara para viver bem no futuro dele. Agora ele percebe que é uma mera ilusão, mas bem real.
Seu rosto está cheio de espinhas e cicatrizes. Suas mãos estão sangrando, com vários cortes. Teus olhos não param de lacrimejar.
No meio de tanta preocupação, ele tinha recebido umas risadas dos teus colegas por um mísero e nojento detalhe, a barriga inchada que deixou o corpo dele totalmente distorcido. Que ganhou um apelido que ele tenta e ainda está tentando esquecer: senhor Lombriga.

Não sabe ainda se deve emagrecer até morrer ou continuar vivendo feito um gordo.

domingo, 10 de outubro de 2010

1 - Your Best Friend




I.,

Quando eu te conheci através da nossa amiga K., eu achei você chato, convencido e estranho pro meu gosto. Foram os quatro encontros, minha opinião não mudou nada até um dia em que a K. me perguntou se você pode dormir no meu quarto. Fiquei surpreso com essa pergunta, sério. Mas respondi apenas "sim".
Dias depois, você veio no meu quarto, totalmente tímido. E eu estava tímido também. Você me perguntou se eu posso ensinar alfabeto em sinais, não hesitei e te ensinei com muita paciência.
Percebi que você não é chato nem convencido. E não é mais estranho para mim. Descobrimos que temos em comum: depressão, paixões doloridas, mau humor, desejo de matar a gente, loucuras, noites com desconhecidos, drogas, vícios e putaria.

Sempre brigamos, xingamos, odiamos, mas no final se damos bem. Enfrentamos nas filas longas no restaurante universitário, fizemos loucuras nas baladas, beijamos vários homens, fizemos coisas que não devíamos fazer, confidenciamos os nossos segredos, rimos das outras pessoas, falando mal das outras pessoas, reclamamos das nossas situações atuais e imaginamos sobre os futuros namorados. Não sei como você me aguenta, porque eu sou chato à beça!

Certa noite tive uma crise depressiva, você ficou preocupado e me perguntou o que está acontecendo comigo. Fiquei sem graça, mas contei uma coisa que eu não deveria ter te contado: transtorno alimentar. Você se mostrou preocupado a mais, me pediu que eu não deixe de contar e quer me apoiar para sempre. Você não me julgou, me compreendeu e quer que eu melhore de qualquer forma. Isso me fez chorar.

Não quero que você fique chateado pelas minhas crises de compulsão, vômitos forçados e privação da comida. Você tinha me pedido que eu faça terapia psicológica e que eu tenha controle. Vou tentar estar melhor, feliz e livre daquele maldito transtorno alimentar, espero.

Continuamos e continuaremos sendo amigos. Inseparáveis!

Te amo!

Um abração,
G.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

30 days letter project




Day 1 — Your Best Friend
Day 2 — Your Crush
Day 3 — Your parents
Day 4 — Your sibling (or closest relative)
Day 5 — Your dreams
Day 6 — A stranger
Day 7 — Your Ex-boyfriend/girlfriend/love/crush
Day 8 — Your favorite internet friend
Day 9 — Someone you wish you could meet
Day 10 — Someone you don’t talk to as much as you’d like to
Day 11 — A Deceased person you wish you could talk to
Day 12 — The person you hate most/caused you a lot of pain
Day 13 — Someone you wish could forgive you
Day 14 — Someone you’ve drifted away from
Day 15 — The person you miss the most
Day 16 — Someone that’s not in your state/country
Day 17 — Someone from your childhood
Day 18 — The person that you wish you could be
Day 19 — Someone that pesters your mind—good or bad
Day 20 — The one that broke your heart the hardest
Day 21 — Someone you judged by their first impression
Day 22 — Someone you want to give a second chance to
Day 23 — The last person you kissed
Day 24 — The person that gave you your favorite memory
Day 25 — The person you know that is going through the worst of times
Day 26 — The last person you made a pinky promise to
Day 27 — The friendliest person you knew for only one day
Day 28 — Someone that changed your life
Day 29 — The person that you want tell everything to, but too afraid to
Day 30 — Your reflection in the mirror

Farei o que for possível enquanto minha agenda anda ocupada por causa da faculdade. Sei que o projeto de cartas vai me relembrar dos medos, problemas, feridas e crises. Enfim, espero que eu consiga de qualquer forma.

P.S.: Roubado da Skinny Secrets of Nina, que roubou do the bitter end, que roubou do The Bedroom Theory, que roubou da Quase-Normal, que roubou da Memorabilia Database e da Innuendo Blues.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Surpresas inesperadas

Deby, eu já cansei de me matar
Oh! Deby, eu só queria te amar
Ontem, ontem eu pude sentir
Hoje, acho que eu vou chorar

Se eu tento o telefone
Ela manda dizer que não tá
Se eu chamo o teu nome
Eu preciso desabafar

Deby, eu só queria te encontrar
Oh! Deby, eu quero brincar de pegar
Ontem, ontem eu pude sentir
Hoje, acho que eu vou chorar

Se eu tento o telefone
Ela manda dizer que não tá
Se eu chamo o teu nome
Eu preciso desabafar

Deby, eu já cansei de me matar
Oh! Deby, eu só queria te amar
Oh, oh, oh, oh! Deby
Oh, oh, oh, oh! Deby
Oh, oh, oh, oh! Deby
Oh, oh, oh, oh...

(Oh! Deby - TNT)


Achava que o todo dia do aniversário sempre saí chato, completei 22 anos e seria uma merda envelhecendo assim. Mas ganhei abraços, elogios e sorrisos que os colegas da faculdade deixaram. E nem esperava que as coisas aparecem daqui a pouco...

Os amigos do apartamento me surpreenderam cantando parabéns para você com velas nas suas mãos e me deram uma poodle da amiga com uma fita de sacola. Rendeu umas risadas e comemoramos com as pizzas. Me diverti muito.

Ainda na noite de aniversário, estava meio chateado com o S*, um cara que tinha conhecido na balada tempos atrás (estamos ficando por alguns dias, tipo enrolando), ele mentiu para mim dizendo que mandou recados e depoimentos para mim, mas, na verdade, não enviou nada. Fiquei indignado e estava esperando dele para conversar bem sério sobre isso.
O que não me esperava assim...
Meu amigo disse que foi buscar ficante dele na parada de ônibus. Minutos depois, ele voltou dizendo que devo passar no nosso quarto para cumprimentar. Eu fui tão bobo. Meus amigos planejaram tudo isso sem eu saber nada... Fui surpreendido pelo S* com um presente nas suas mãos e seu sorriso largo ao me ver entrando no quarto. Fiquei de boca aberta, abracei dele bem forte e beijamos.

E tivemos uma noite inesquecível. Melhor presente que já ganhei.



segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Último suspiro


Pedi pra mãe –
me interna, tô infeliz pra caralho.
Caio Fernando Abreu


Pensou que ia descansar bem durante as férias de inverno e descobre que está enganado. Teve que reaviver a vida conflituosa com os pais e as tias. Tentou manter feliz e descontraído, mas não conseguia apesar de efeito da fluoxetina que o deixou melancólico demais. Tentou divertir nas festas para beber horrores e no final sempre encontrava arrasado, cansado, mal-humorado e triste demais para acordar no dia seguinte. Essa turbilhão durou umas quatro semanas, e estava ansioso para voltar no lar onde se sente bem sozinho longe dos parentes.

Enfrentou quatro exames e passou. Mas não ficou satisfeito com as notas obtidas, só que teve uma disciplina com a nota bem perto de dez. Então, ficou aliviado por ser apto para estudar no segundo semestre.

O início do segundo semestre foi o mais estranho para ele: não cumprimentou seus colegas na sala de aula e sempre chega atrasado nas aulas, sem vontade nenhuma para realizar, mesmo que o conteúdo deste segundo semestre é mais legal do que semestre anterior.

Seus amigos o convidaram para as baladas, pois perceberam que eu estava entediado demais para ficar no quarto que cheira de cigarro com as roupas sujas espalhadas no chão. Então ele aceitou convite deles. Na última vez que ele foi, estava enjoado e com dor de cabeça, pois tinha tomado muita bebida alcoólica mais do que devia no dia anterior e vomitou muito. De repente, um homem de boné cabisbaixo o olhou dançando e foi a aproximar dizendo que está lindo demais para ficar dançando assim. Ficou tão vermelho e queria dar fora, mas resolveu levar o homem para seu quarto.
Daí foi a madrugada mais nojenta que ele recebeu e pensou em suicídio. Se encontra perdido na cama, tinha comendo muito na hora errada, tomou rivotril e está esperando a escuridão o preencher.

domingo, 11 de julho de 2010

Mente perdida

O final do semestre está puxado a mais do que eu imaginei, não estou conseguindo a estudar melhor pois a concentração está piorando.
Recebi uma péssima notícia: vou fazer 4 exames. Não sei como vou estudar tudo isso para fazer os exames na mesma semana! Bom, vou enfrentar de qualquer forma.

No meio da preocupação, apareceu uma mensagem do poeta dizendo que quer que eu saiba que ainda me gosta e que o nosso carinho não diminuiu nada.

Fiquei observando essa mensagem, sem responder nada, de olhos molhados. Lembrando do beijo, abraço, carinho, cheiro e olhar dele.

Não sei o que fazer...


- De 50 para 54 quilos



quinta-feira, 1 de julho de 2010

Dor epigástrica

Quando os sintomas de refriado começam a ficar mais intensar, resolvi comprar remédios para gripe, resfriado, dor de cabeça e tosse. Depois de tomar os comprimidos, tive que aguentar sob efeitos insuportáveis alguns dias.
Mas a dor vindo de esôfago é mais forte que eu já senti. Não conseguia dormir, sempre acordava na madrugada. A dor continua assim por três dias.

Resolvi ir no hospital universitário. Eu não aguentei mais daquela maldita dor. Depois de espera demorada, fui atendido por uma enfermeira simpática. Começaram a fazer exames de pressão, batimentos cardiácos e temperatura comigo, e os resultados saíram tudo certo. E ela começou o interrogatório.
Depois de uma longa conversa, percebi que eu não estava alimentando muito bem e estava estressado com tanta tarefa da universidade. Nas horas vagas, eu sempre passava nas lancherias para comer bobagens praticamente todo dia, em vez de alimentar com frutas, verduras, legumes algo de saudável.
A enfermeira recomendou que eu não consume do meu cotidiano: café, chá preto, álcool, refrigerantes, alimentos gordurosos, frituras, doces e frutas críticas.

A gastrite tinha voltado. E me fez a voltar tomar de omeprazol.

E me perguntou se tenho andado bem com estudo, relacionamentos familiares e tais. Respondi que não tenho saído muito bem nem vejo pais há mais de um mês por causa das brigas.
Quando ela começou a mencionar se eu já tinha feito tratamento psicológico, falei que sim. Última vez que fiz foi no janeiro nem tomo antidepressivos e ansiolíticos há mais de um ano.
Fiquei tão ávido quando ela me perguntou se eu quiser voltar a tomar antidepressivos e ansiolíticos, respondi de sorriso largo: sim!

Estou tomando de fluoxetina e rivotril. Uma semana sem tomar café. E vou fazer tratamento psicológico que a universidade oferece de graça.

Obrigado, dor epigástrica!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ressaca pós-paixão

"Chorei três horas, depois dormi dois dias. Parece incrível ainda estar vivo quando já não se acredita em mais nada. Olhar, quando já não se acredita no que se vê. E não sentir dor nem medo porque atingiram seu limite. E não ter nada além deste amplo vazio que poderei preencher como quiser ou deixá-lo assim, sozinho em si mesmo, completo, total."
Caio Fernando Abreu

terça-feira, 1 de junho de 2010

Paixão dolorida

Você me olhou. Te olhei.
Você pediu um beijo comigo. Aceitei.
Você gostou do meu beijo. Gostei do teu.
Você me excitou. Te excitei.
Você me gosta. Te gosto.
Você me adora. Te adoro.
Você me deixa feliz. Te deixo feliz.
Você me dá carinho. Te dou carinho.
Você sorriu para mim. Sorri para ti.
Você sente saudades. Saudoso eu.
Você ainda sente meu perfume. Ainda sinto teu.
Você se acha esquisito. Eu também sou.
Você sente confuso. Tento te compreender.
Você se apaixonou no mês passado e se machucou emocionalmente. Tento te acalmar.
Você quer ficar sozinho no teu espaço. Tento fazer uma companhia pelo resto do dia.
Você pediu desculpa se me magoou. Tento dizer que está tudo bem.
Você chorou. Te abracei.
Você não consegue pedir um tempo. Minhas pernas tremem.
Você suspirou. Dei último abraço.
Você despediu dizendo que me gosta. Despedi dizendo que ainda te adoro.
Você deitou chorando. Saí correndo chorando.




- 2 anos e 3 meses do blog

sábado, 10 de abril de 2010

Vida de um universitário da federal

Pensei que tudo ia melhorar depois do início das aulas da federal. Me enganei, a primeira semana foi bem tensa e, algum tempo depois, tentei a manter o controle para poder alimentar bem. Mas não sinto bem diante da multidão alimentando e conversando alto num restaurante universitário, minhas mãos trêmulas tentam pegar talhares de forma tão desajeitada. Até quase engasguei. Sentia ridículo e desconfiava vendo alguém rindo de mim.

As noites que eu tento dormir não são bem dormidas. A vida no alojamento provisório é uma merda: bagunça, sujeira, poeira, perfumes que os jovens exageram, pisca-luzes das lâmpadas e colchão surrada num beliche semi-destruída.

As aulas começam, eu ficava entediado sem entender nada o que as professoras falaram. Meus colegas tentam me ajudar dando bilhetes para entender melhor. Os trágicos 22 dias sem intérprete foram resolvidos com a vinda das três intérpretes até apareci algumas vezes no jornal da cidade local. Não fui muito bem sincero com as três intérpretes nem com colegas.

As visitas na casa dos pais sempre terminam em brigas e discussões idiotas por causa da alimentação.

Afinal de contas, consegui um quarto na casa do estudante. Isso significa que vou deixar do alojamento, ainda bem! E terei que continuar enfrentando o abalo psicológico que a comida me causa. Tratamento com a psicanalista foi interrompido faz dois meses. Não quero engordar, mas, na hora outra, tudo fica contrário. Continuarei confuso.

sexta-feira, 12 de março de 2010

O início da angústia


Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo,
não se transforme também em monstro.
E se tu olhares, durante muito tempo,
para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti.
Friedrich Nietzsche


Ele acha que vai passar bem na nova mudança, mas sente uma necessidade.
Passa nos lanchonetes, restaurantes universitários e supermercados freneticamente, ignorando o pedido da mãe:
- Não gaste muito com as bobagens, alimente bem, por favor!

As mãos tremem, o coração bate rápido, o estômago roncando ainda, a mente agitada, as noites mal-dormidas, as dores do corpo, a respiração ofegante, os tragos excessivos de cigarros, o humor tenso, a sensação diária de não ser adequado e o sorriso falso.

O início das aulas universitárias tenso.

Uma necessidade mal preenchida e ainda continua...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Uma parte que o menino quer esquecer






Uma mulher recebendo palavrões, ameaças e batidas que o homem fez. Ela não aguenta mais, está sofrendo. Já que o homem é muito machista, acha que toda a mulher é inferior e mereça assim.
Um filho, parado na porta do quarto, vendo a cena. Não conseguia mexer nem defender a mãe indefesa diante de um pai rude e irritado.

O menino tinha 4 anos quando presenciou essa cena. Sofria mau-tratos que o pai dele causou. Tinha inveja de ver seus amigos felizes com seus pais. Já pensou em fugir da casa várias vezes e teve uma primeira tentativa fracassada de suicídio aos 10 anos.

Durante dezessete anos, as cena repetiram. Ele, jovem, continua covarde e sem reação para defender a mãe.

Para piorar as coisas, a mãe disse ao seu filho, várias vezes:
- Você é tão igualzinho de seu pai!

O jovem ficou chateado e tem um humor instável desde criança por causa dos conflitos familiares. Deseja que tudo isso acaba bem, mas prefere esquecer a existência dos pais.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Mudança

Por incrível que pareça a ficha ainda não caiu que vou morar sozinho na outra cidade e estudar na federal. Tudo é uma surpresa inesperada, um milagre para estar longe dos pais chatos e problemas familiares. Isso é um desejo de algum jovem problemático como eu deseja assim, está prestes a realizar.
Dizem que essa mudança vai me ajudar a manter longe do transtorno alimentar aos poucos. Fiquei pensando bastante nisso, porém, certa coisa que me martela bastante. Se a loucura persistir ainda?
Sempre existe um porém, vamos ver o que der...



terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Contrastes e um selinho

Saí para caminhar um pouco, esbarrei com os crentes, eles me perguntaram se podem visitar na minha casa, respondi que não vai dar, pois estou na saída.
Não curto nem gosto da gente crente.
Na volta esbarrei com eles de novo, eles perguntaram mais uma vez em que dia vão poder visitar. Respondi que vou mudar para outra cidade. Eles ficaram surpresos e desejam parabéns. Ainda bem que não recebi eles na casa, ok.

Fui direto no computador para ver o resultado. Eram 11 de manhã. Fiquei esperando o site abrir, por causa de congestionamento do acesso. De repente, a mãe entrou na sala e pegou telefone. E falou para mim que as tias estão olhando o resultado. No momento abriu o resultado, fui ver meu nome na seção de Jornalismo. Achei, não acreditei e gritei feito um louco. Passei! Passei! Passei da federal! E peguei fone e continuei gritando, as tias devem ter assustado pelos meus gritos.
Já que meus pais não desejam parabéns nem deram rosto faceiro. Minutos depois, dei uns argumentos diretos para mãe que não sente preparada em ver seu filho único ir embora para morar sozinho e estudar na outra cidade. Ela falou de outras coisas que não têm nada a ver. Ela é tão teimosa!

Depois de duas semanas aguardando o resultado da UFSM chegar, tive noites mal dormidas, ansiedade, estafa e temor. Mas valeu a pena ter passado.






Regras:
1. Linkar o blog que te indicou e passar os que te fizeram abrir os olhos e avisá-los.
2. Completar a seguinte frase referente a cada um dos blogs indicados: Seu blog me faz abrir porque...


Obrigado Menino_ e menina pelo selinho!

Srtª Vihh, você usa palavras muito bem para desabafar seus sentimentos e suas palavras me refletem cada vez mais.
Love, sua luta contra o t.a. e sua busca da felicidade me deixou inspirado e feliz. Cada teu passo a mais me cativa e me cria uma força para enfrentar t.a que tenho.
Ness, seus sentimentos são muitos parecidos dos meus e tenho admirado bastante que você continua vivendo e enfrentando as barreiras.
Vocês são uma inspiração, garotas!

Enfim... agora vou comemorar com as tias quando chegarei em capital hoje à noite. E ainda mais, vou na formatura do curso na próxima quinta em que fiz durante os seis meses na capital.
Obrigado pela tua torcida. E sejam bem-vindas novas garotas!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Drunkorexia, eu tive

Saí da casa dos pais às 14 horas de tarde, depois de brigar com a mãe sobre a moradia na outra cidade para estudar de universidade federal, fiquei vagando nas ruas da cidade-natal até ser um motivo de risadas dos outros. Fiquei irritado, mas fico quieto. Fui na biblioteca municipal para ler um pouco dos livros, depois fui no shopping, onde eu tinha combinado com a amiga para assistir no cinema.

Depois de filme terminar, fomos na casa do amigo dela, que é gay, fiquei reservado por alguns minutos até comecei a beber e fumar aos poucos. Comecei a dançar, cantei feito um michê safado até deixei o pessoal da casa rindo muito. Assediei o dono da casa, que me ignorou várias vezes.

Exagerei.

Comecei a sentir tontura e náuseas. Vomitei e me deitei na sofá até ser despertado por uma amiga. Saímos de carro, vi o visor de celular mostrou que era uma hora de manhã. Sentia minha cabeça que ia estourar e pensando em outras coisas sem nexo. Cérebro agitado sob efeitos de álcool.

A mãe abriu a porta da casa, notou meu comportamento bêbado e começou a discutir comigo. Falei que eu precisava me divertir um pouco e nada de mais. Eu estava fedido de cheiro de cigarro e álcool. Depois de tomar banho, fui direto para dormir.

Estou com ressaca. E estava em NF. Recomendo que não tomem nenhum porre durante dia sem comer nada. Não é bem legal sentir uma pele da Renata, uma personagem drunkoréxica da novela Viver a Vida.








PS: Postarei selinho no outro dia. Obrigado e tenham paciência!
PS²: Fiz vestibular de UFSM, estou aguardando, com muita ansiedade, o resultado chegar no sábado.